Há 30 anos, uma decisão da Organização Mundial de Saúde (OMS) permitiu que Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais (LGBT) fossem percebidos como sujeitos saudáveis. Essa decisão possibilitou abolir um estigma cruel e preconceituoso: a identidade de gênero e orientação sexual não são doença.
Esse acontecimento ocorreu no dia 17 de maio, e passou a ser considerado um marco representativo para a população LGBT, pois foi retirado da lista de Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID) o termo homossexualismo.
Por isso mesmo com o passar do tempo, essa data passou a ser usada como símbolo do combate à Homofobia[1]. Desde então manifestações, atividades e marchas em diversos países são realizadas com a finalidade de tornar visível a luta de combate ao preconceito, a ignorância e às mortes de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais.
Nesse sentido, fiel à sua vocação democrática e social, o Partido dos Trabalhadores sempre se pautou na defesa intransigente das lutas e demandas de setores e segmentos vulneráveis.
Ao longo do tempo essa perspectiva sempre foi real e culminou com muitos avanços e conquistas para o segmento LGBT quando à frente do governo federal, todavia é preciso destacar que muito ainda precisa ser realizado.
Diante do agravamento da crise institucional, social e política que tem assolado o Brasil, nós Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais do Partido dos Trabalhadores lembramos que o dia 17 Maio inicialmente conhecido como Dia Internacional contra Homofobia é dia de luta e denúncia, por isso bradamos em alto e bom som: Nossas cores para resistir: LGBTI na luta por democracia e direitos!
Esse é o grito de milhões de brasileiras e brasileiros que hoje se unem para enviar mensagem de luta, resistência em favor de uma existência pacífica e fraterna sem rótulos, preconceitos ou estigmas.
Basta de mortes e violência!
Não podemos nos esquecer que ainda hoje no Brasil muitas pessoas LGBT foram mortas e silenciadas como foi o caso do assassinato brutal da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do seu motorista Anderson Gomes.
Marielle era uma aguerrida defensora dos Direitos Humanos e contra as ações violentas da PM nas favelas. Sua execução foi a aniquilação de quem luta ao lado do povo pobre, das LGBTI, mulheres negras e negros no Brasil.
Mais uma demonstração que a LGBTfobia[2] ainda existe na população brasileira e necessita ser diuturnamente combatida.
Um outro aspecto que não podemos esquecer se refere a onda de ataques aos nossos direitos conquistados, a soberania nacional e a jovem democracia brasileira.
Infelizmente a constatação que se tem é que muitos direitos conseguidos foram anulados ou revogados.
Assistimos hoje ao desmonte sistemático de políticas públicas, extinção de conselhos e posicionamento formal e público de gestores federais contrários aos direitos da população LGBT.
O discurso de ódio, as privatizações de nossos bens e o desmonte das ações específicas voltadas para a população LGBTI compõem um projeto que deseja acabar com a soberania brasileira.
Para nós, LGBTI, defender os direitos humanos e a democracia é fundamental enquanto garantia de nossa existência, dignidade, igualdade e emancipação.
Resistiremos pelo direito a um futuro de cidadania que garanta o livre exercício de expressão, pensamento, afetividade e sexualidade, base fundamental de toda sociedade contemporânea cuja premissa está sustentada nos marcos civilizatórios.
Secretaria Nacional LGBT / PT
[1] que quer dizer basicamente antipatia, desprezo, preconceito, aversão e medo irracional de pessoas LGBT que se manifesta predominantemente através de um comportamento hostil (assédio moral, bullying) e a violência física
[2] ódio e aversão às pessoas por causa da sua orientação e identidade de gênero, manifesta-se todos os dias através da violência psicológica, verbal e moral. Expressa-se em relação a Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais.