No domingo, 21 de março, Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, um ato articulado por diversas frentes populares, e cerca de 30 entidades civis e partidárias, vai despertar a consciência coletiva contra o racismo.
No Brasil, o ato 21M chega grande no debate e intenso de fruição artística e cultural para enfrentar a estrutura racista, sobretudo no momento em que se registra uma alta nos casos de racismo e perda de vidas negras para a violência urbana e do Estado.
Parte do calendário da Organização das Nações Unidas (ONU), a data foi criada para “dar visibilidade, denunciar o racismo e não deixar passar despercebida diversas outras atitudes de discriminação racial pelo mundo”, anuncia o manifesto do ato 21M.
A grande mobilização antirracista nas redes será transmitida pela página do PT no Facebook.
Racismo na história
O texto do manifesto lembra um dos capítulos mais tristes da história mundial, o Massacre de Shaperville (1960). O fato histórico ocorrido em Johanesburgo, África do Sul, marca a violência estatal que levou o exército a matar 69 pessoas e ferir outras 186, durante um protesto pacífico contra a Lei do Passe, implanta pelo regime do Apartheid (1948 a 1994). A lei obrigava negras e negros a portarem um cartão que indicava os locais onde era permitida a circulação.
Leia aqui o Manifesto Vidas Negras Importam: por uma consciência internacional contra o racismo.
“Estamos vivendo tempos tenebrosos, de recrudescimento da cultura do ódio, do assédio sexual, do estupro, do extermínio da juventude negra. A violência policial e o racismo estrutural põem em evidência como corpos negros e periféricos podem ser descartados através da necropolítica e da exclusão das pessoas negras do mundo do trabalho, dos serviços públicos e da convivência social. É alarmante”, diz o Manifesto que orienta a mobilização.
Pautas antirracistas
Entre as pautas prioritária para o contexto nacional, os coletivos destacam a vacinação já gratuita pelo SUS e o auxílio emergencial de R$600 até o fim da pandemia, além dos gritos: Fora Bolsonaro Genocida! Parem de nos matar! Vidas negras importam.
Na programação da atividade, além das falas de importantes lideranças nacionais e internacionais, haverá muita música, poesia, dança, afoxé e outras manifestações artísticas, de 16 às 19h. É tudo online!
“Somamos a milhares de vozes pelo Fora Bolsonaro Genocida. O conjunto da obra deste desgoverno passou dos limites, uma flagrante irresponsabilidade sanitária, administrativa e governamental, agindo para desconstruir todas as políticas sociais, tenta inviabilizar a luta contra o racismo e a luta pela sobrevivência, diante do caos humanitário acirrado pela pandemia da Covid19, que atinge de forma brutal o nosso povo preto, pobre e periférico. Por uma consciência internacional contra o racismo”, denunciam frentes populares e organizações no documento.
Confira quais movimentos sociais e organizações estão envolvidos na construção do 21M:
PT – Partido dos Trabalhadores; PCdoB– Partido Comunista do Brasil; PSOL – Partido Socialismo e Liberdade; CUT – Central Única dos Trabalhadores; CTB – Central dos Trabalhadores do Brasil; Convergência Negra; UNEGRO – União de Negras e Negros pela Igualdade; MNU – Movimento Negro Unificado; Quilombação Rede Antirracista; Rede Amazônia Negra; Marcha Mundial das Mulheres; Levante Popular da Juventude; FIBRA – Frente Internacional Brasileira Contra o Golpe e Pela Democracia; Ato Mundial STOP Bolsonaro; Núcleo Rosa Egípciaca; Frente Brasil Popular; UNA – União Nacional LGBT; Movimento Fé e Política/MG; Consulta Popular; Mulheres Unidas Contra o Bolsonaro; Negritude Socialista Brasileira do PSB; APNS – Agentes da Pastoral Negra; CENARAB – Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira; UBM – União Brasileira de Mulheres; CONEN – Coordenação Nacional de Entidades Negras; CONNGO – Instituto Coordenação Negras e Negros de Goiás; CBJP – Comissão Brasileira de Justiça e Paz; UP – Unidade Popular.
Da Redação, com informações da organização do 21M no Brasil