Levantamento do Governo Federal revela que houveram 26.613 denúncias de abuso sexual no Brasil no ano passado. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), apresenta dados que nos últimos dez anos foram registrados mais de 50 mil casos de assassinatos cometidos contra mulheres, o feminicídio. Isso significa quase 5.000 mortes por ano no País. Em âmbito internacional, a Organização das Nações Unidas (ONU) fez pesquisa denunciando que, em todo o mundo, cerca de uma mulher a cada três foi vítima de violência física ou sexual. Relatório da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), mostra que, em 12 países da América Latina e do Caribe, entre 17% e 53% das mulheres afirmaram ter sofrido violência física ou sexual de seus parceiros.
É sob este contexto sombrio que chegamos ao Dia Internacional de Não Violência contra a Mulher, neste 25 de novembro. A data é apoiado por mais de 150 países e serve para chamar a atenção da sociedade aos crimes cometidos contra mulheres.
Segundo a secretária Nacional de Mulheres do PT, Laisy Moriére, essa é uma data para se refletir sobre o problema que existe em toda sociedade e que são violências de todos os tipos. “Tem a violência física, a psicológica e até a patrimonial. É um fenômeno que temos de mudar, pois em pleno século 21 fazemos avançar as leis mas não conseguimos, de fato, diminuir a violência. As mulheres continuam sofrendo e sendo privadas de seus direitos” explicou.
A petista acredita que é necessário uma mudança nas estratégias de prevenção à violência e conscientização da população. “Precisamos tomar algumas decisões, elaborar medidas, para enfrentar esse problema de outra maneira pois tudo que fizemos até agora não conseguiu diminuir esses índices tão altos” declarou.
Seguindo esta linha de pensamento, a ONU está organizando a partir desta terça-feira (25), no mundo inteiro, a campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, que vai até o dia 10 de dezembro, quando é comemorado o Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Para a secretária de Mulheres, os governos do Partido dos Trabalhadores tem trabalhado seriamente o assunto nos 12 anos de gestão. “Na verdade fomos nós quem criamos o primeiro ministério voltado especificamente para elaborar políticas para as mulheres, e isso foi um avanço enorme para a proteção das mulheres no Brasil”.
Moriére fala que a violência contra as mulheres deixou de ser uma coisa privada para se tornar pública e que o poder público precisa cada vez mais estar presente para evitar a violência doméstica, que devem ter uma atenção maior por parte dos Três Poderes.
“A partir de políticas do Governo Federal, como o Ligue 180 que serve as mulheres denunciarem abusos e violências através de uma ligação gratuita, foi criada uma rede que se articula para dar apoio à mulheres em situação de violência e vulneráveis. E isso faz com que o Brasil, hoje, tenha melhores condições para acabar com esse tipo de crime” explicou Moriére.
Dia Internacional de Luta pelo Fim da Violência contra a Mulher
O Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher faz referência à memória de três irmãs ativistas políticas latino-americanas (Pátria, Minerva e Maria Teresa Mirabal), que no ano 1961 foram brutalmente assassinadas pela ditadura instalada na República Dominica. A data é reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) desde 1999.
Janary Damacena, Agência PT de Notícias.