As mulheres têm se mobilizado internacionalmente na resistência ao conservadorismo e aos levantes golpistas. No Brasil, em 2015, lideraram as mobilizações e foram pioneiras ao ir às ruas pela saída do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (MDB-RJ). Chamamos este levante feminista de “primavera das mulheres”. E nas ruas continuamos resistindo ao avanço do conservadorismo e a retirada de direitos. Fizemos isso de forma lúdica e perspicaz.
Nós, mulheres, denunciamos o golpe que apeou da Presidência da República a primeira mulher eleita. Inclusive, propalando, o caráter misógino típico do patriarcado.
Não nos furtamos quando as pautas eram gerais. Estivemos lado a lado com os movimentos sociais, as frentes populares e de esquerda e as centrais sindicais.
Identificamos que o golpe trouxe retrocessos para a classe trabalhadora, para a vida das mulheres e, em especial, para as mulheres pobres, negras, indígenas e LBTs, as maiores atingidas pelo desmonte de direitos.
O Partido das Trabalhadoras e dos Trabalhadores, mesmo diante de tantos ataques, conseguiu de forma pujante e astuciosa realizar o processo de eleições diretas (PED), renovando sua direção e consolidando ainda mais a paridade nos diretórios e comissões executivas. O partido renovou também as secretarias e coordenações setoriais.
Não deveria ser necessário entre socialistas defender ou alertar que não existe democracia interna sem as mulheres ou, ainda, que não há socialismo sem as mulheres. Dito isso, é evidente que a defesa da paridade é uma luta diária. É nossa obrigação cobrar o seu cumprimento tanto dos homens quanto das mulheres, permanentemente.
Seguindo o calendário de lutas: ainda nos final de 2017, na resistência, nos mobilizamos para nos defender contra os ataques frontal à vida das mulheres. A PEC 181 (conhecida como Cavalo de Tróia) quer acabar com o direito previsto por lei ao abortamento legal. Trata-se de uma atitude desumana de obrigar a mulher a manter a gestação mesmo em caso de estupro, risco de morte materna e feto anencefálico.
No Rio de Janeiro, assistimos – não caladas – ao desmonte das políticas públicas para as mulheres. Fruto do desgoverno do MDB e seus aliados. A ausência de segurança pública, a precariedade da educação e da saúde públicas, o estado de abandono da UERJ, o desmantelamento das políticas de assistência social e de direitos humanos e o funcionalismo público à deriva impactam diretamente na vida das mulheres.
Assim, o 8 de Março, Dia Internacional da Luta das Mulheres, é momento para nos embebedarmos de esperança e reafirmarmos a nossa resistência contra o golpe. É hora de lutarmos arrebatadamente pela retomada da democracia e o direito de Lula ser candidato, como deseja a maioria da população.
Vamos às ruas pela vida das mulheres e pela democracia!
Por isso, a Secretaria de Mulheres do Partido das Trabalhadoras e dos Trabalhadores, conclama a todos os mandatos petistas, a todas as filiadas e filiados, a todos os sindicatos, a Frente Brasil Popular e aos comitês em defesa da democracia e do direito de Lula ser candidato a se somar aos atos no dia 8 de Março.
Viva a luta das mulheres!
Viva as mulheres do PT!
Por Fabiana Santos, Secretária Estadual de Mulheres do PT-RJ, para a Tribuna de Debates do PT.