Partido dos Trabalhadores

A covardia e o cinismo de Bolsonaro diante do assassinato de Marcelo Arruda

Após o bolsonarista Jorge Guaranho agir com a violência que Bolsonaro sempre estimulou, o ex-capitão tenta se afastar do crime. Sua responsabilidade, porém, é mais que evidente 

Site do PT

A violência é o motor do bolsonarismo desde sempre

A reação de Jair Bolsonaro ao assassinato político do líder petista em Foz do Iguaçu (PR) Marcelo Arruda, covardemente morto por um de seus apoiadores, mostra toda a covardia e falta de caráter do atual presidente.

Bolsonaro só se manifestou sobre o episódio quase 24 horas depois do crime. E o fez com dois objetivos inaceitáveis: fingir que não tem relação com o crime e posar de vítima.

Já era noite de domingo (10) quando Bolsonaro publicou no Twitter a reprodução de uma mensagem de quatro anos atrás, que se inicia com a cínica frase: “Dispensamos qualquer tipo de apoio de quem pratica violência contra opositores”. 

O atual presidente ainda mencionou “caluniadores que agem como urubus para tentar nos prejudicar 24 horas por dia”, além de tentar relacionar atos violentos à oposição.

Motor do bolsonarismo

Bolsonaro pode tentar o quanto quiser, mas o assassinato cometido pelo agente penitenciário Jorge José Guaranho é resultado do discurso de ódio e da postura violenta que o ex-capitão, há décadas, pratica e estimula em seus seguidores.

A violência é o motor do bolsonarismo desde sempre. Basta lembrar que o início da vida pública do ex-capitão se dá em 1988, com o planejamento de atentados a bomba no Rio de Janeiro.

Desde então, Bolsonaro afirmou, só para lembrar alguns exemplos, que “o erro ditadura foi torturar e não matar”; pregou “fuzilar a petralhada”, durante a campanha eleitoral de 2018; e teve descobertas ao menos duas agressões físicas contra mulheres.

O estímulo à violência prosseguiu durante o mandato presidencial. Na gestão de Bolsonaro, em apenas três anos, o número de novas armas de caça registradas por ano quase quadruplicou, ao mesmo tempo em que aumentaram espantosamente também os clubes de tiros.

Além disso, Bolsonaro a todo momento sugere que seus apoiadores estejam prontos para atacar as instituições (como ao colocar parte da população contra o STF no 7 de Setembro), e os adversários políticos. 

Na última quinta-feira (7), durante live na internet, fez uma declaração que, claramente, não busca apaziguar o processo eleitoral: “Você sabe o que está em jogo, você sabe como deve se preparar. Não para um novo Capitólio, ninguém quer invadir nada. Nós sabemos o que temos que fazer antes das eleições”.

Guaranho e Eduardo Bolsonaro: assassino não esconde admiração pelos Bolsonaros. Foto: Reprodução

Violência plantada por Bolsonaro

Agora, depois de tanto defender o uso da violência para impor sua visão política ou atacar seus adversários, Bolsonaro assiste a um de seus apoiadores invadir uma festa de aniversário e assassinar a tiros um líder do PT, na frente da família.

O assassino, está comprovado, é um dos que ouvem, admiram e seguem o que o atual presidente diz, a ponto de postar, orgulhoso, nas redes sociais, foto ao lado de um de seus filhos, Eduardo (foto acima).

Mesmo assim, Bolsonaro tenta se afastar do crime e insinua que é vítima de mentiras. Não adianta. O Brasil sabe que o mentiroso é Bolsonaro. E sabe também que é ele quem planta, diariamente, a violência que tirou a vida de Marcelo Arruda. 

Os brasileiros se livrarão, nas urnas, de Bolsonaro, que depóis terá de se ver com a Justiça. Assim como o bolsonarista assassino que tirou a vida de Marcelo Arruda, mais uma vítima da violência política estimulada pela extrema direita, ao lado de Marielle Franco, Anderson Gomes e dezenas de outros. Basta.

Da Redação