“A luta não é uma utopia, é uma realidade. Todas as transformações que aconteceram no mundo só foram legítimas quando tinha música junto. E, não eram músicas feitas para o movimento, eram músicas feitas pelo povo e usadas nos movimentos. Sempre na história é isso”, é assim que o sambista Martinho da Vila define a relação da música com a luta.
E por falar em luta, o sambista tentou visitar o ex-presidente Lula na sede da Polícia Federal em abril, mas teve o pedido negado pela juíza Carolina Moura Lebbos, da 12ª Vara Federal da capital paranaense. Entre idas e vindas da tentativa de encontrar seu amigo, Martinho garante que a visita ainda acontecerá. “Está sendo uma confusão danada, mas eu ainda vou lá. Vou conseguir”, disse em entrevista ao Brasil de Fato, pouco antes de iniciar o show de abertura do 2º Festival Internacional da Utopia, nesta quinta-feira (19), na cidade de Maricá, no Rio de Janeiro.
A magistrada de Curitiba alegou a época que a solicitação de Martinho nem sequer chegou a ser analisada porque foi encaminhada por e-mail e não via petição, conforme exige o protocolo. “Teve uma confusão, eu liguei para lá, queria falar com ela sobre a visita ao Lula. A moça que me atendeu botou no ar, pediu para eu mandar um e-mail direto para o e-mail dela [juíza]. Depois recebi uma resposta falando que aquela altura não era possível e ficou naquele vai e vem. Em seguida, passaram para Polícia Federal, liguei para lá, eles autorizaram, ai comprei passagem, reservei hotel e desmarcaram de última hora”, explicou.
A última vez que Martinho falou com Lula foi quando o ex-presidente estava no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo (SP), horas antes de se entregar à Polícia Federal. Eles se falaram por telefone, já que o cantor mora no Rio de Janeiro. Martinho e Lula são amigos pessoais.
A Utopia, a Música e a Luta
Ainda durante entrevista, Martinho da Vila saudou o Festival Internacional da Utopia e destacou o papel transformador da música e da arte como elementos essenciais para fortalecer a luta e a resistência. Para Martinho, por isso, é importante que se realize um festival em que se possa discutir as utopias, ainda mais diante do atual cenário político do país.
“A utopia é um sonho, e esse festival é da utopia. Aqui tem debate, tem conversa, tem música, tudo para que as pessoas meditarem, mas no duro, não é uma utopia, é uma realidade. E eu estou aqui abrindo esse festival, feliz da vida”, concluiu o sambista, que tem 80 anos de idade e começou a carreira em 1967.
Da Redação da Agência PT de notícias com informações do Brasil de Fato