No segundo dia após o anúncio do balanço auditado da Petrobras relativo ao ano de 2014, na quarta-feira, 22, os papéis da empresa seguiram recuperando perdas. A desvalorização se acumulou em quase 45% nos cinco meses, desde outubro, em que o mercado aguardou os dados contábeis endossados pela empresa de auditoria independene PriceWaterhouse$Coopers (PwC).
A presidente Dilma Rousseff comemorou a repercussão do anúncio do balanço, nesta sexta-feira, 24. Disse que a Petrobras “vira uma página” ao divulgar o balanço do ano passado e que se sente, “sem sombra de dúvida”, aliviada com a situação da estatal.
“Acho muito importante a aprovação do balanço porque a Petrobras vira uma página e acerta seu passo. Tenho certeza que a Petrobras ainda vai dar muitas alegrias para nós nos próximos meses e anos”, declarou a presidenta em entrevista após receber a primeira visita da presidenta da Coreia do Sul, Park Geun-hye.
“Ao concluir e registrar o seu balanço, ela (a Petrobras) mostra também que superou todos os problemas de gestão ligados à questão da Lava Jato que porventura ainda estivessem pesando, justamente no fato da necessidade de se fazer o registro das perdas”, disse Dilma.
Negativas superadas – Em outubro e novembro, ao tentar anunciar os balanços, a PwC se negou a avalizar os resultados apresentados no terceiro trimestre de 2014. Em 28 de janeiro, a Petrobras voltou a anunciar resultados, dessa vez relativos a todo o ano passado, mas também não obteve a anuência da empresa de auditoria.
Somente na quarta-feira dessa semana a PwC deu seu aval, sem ressalvas, aos dados apresentados pela Petrobras: prejuízo no ano de R$ 21 bilhões, sendo R$ 6,2 bilhões com a corrupção desvendada pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
No total, as perdas patrimoniais alcançaram R$ 44,6 bilhões, devido não apenas aos desvios do cartel de empreiteiras (o “clube”), como também pela desvalorização internacional do petróleo e atrasos em projetos de ampliação da capacidade operacional da petrolífera.
As ações com direito a voto, as ordinárias (Petr3) recuperaram mais quase 5%, no pregão desta sexta-feira, 24, chegando próximo à valorização obtida no dia anterior.
Já as preferenciais (Petr4 ou PN), que mantiveram-se timidamente estáveis no dia 23, devido ao anúncio de que os acionistas não terão dividendos este ano, também alcançaram valorização – subiram quase 3%.
Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias