O ano de 2015 tem sido generoso em proporcionar avanços históricos nas relações diplomáticas entre países e se esse mesmo espírito de diálogo prevalecer na Cúpula do G-20, que será realizada na Turquia, dentro de um mês, “estaremos verdadeiramente trabalhando para fazer do G20 um instrumento efetivo e construtivo da governança econômica mundial e do desenvolvimento sustentável em benefício de todos”, avalia a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).
Gleisi manifestou esperança de que a mesma disposição para a concórdia expressa na reunião do último sábado entre os principais líderes da China e de Taiwan, em Cingapura, 66 anos depois do rompimento entre os dois países, e no encontro dos presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e de Cuba, Raúl Castro, há sete meses, esteja presente na reunião do G20, que reúne as 20 maiores economias do mundo.
“Que os ares de 2015 possam mover a Cúpula do G20 na Turquia”, afirmou a senadora em pronunciamento ao plenário, nesta quinta-feira (12).
Para ela, é fundamental que os países representados na Cúpula mantenham o foco nas temáticas propostas na agenda do grupo, que terá a inclusão social como um dos pontos-chave. “O Brasil, através de suas próprias experiências com a inclusão social, segurança alimentar e universalização da energia, pode ajudar muito neste sentido”, lembrou a senadora.
“Se conseguimos avançar por esse caminho, estaremos verdadeiramente trabalhando para fazer do G20 um instrumento efetivo e construtivo da governança econômica mundial e do desenvolvimento sustentável em benefício de todos”.
Gleisi destacou que a política externa do Governo Dilma Rousseff tem se mostrado muito efetiva na defesa dos interesses brasileiros, dando continuidade à estratégia de ampliar as relações comerciais do País com os mais diversos países e promovendo o nosso relacionamento bilateral com as principais economias do mundo.
O que alguns chamam pejorativamente de “política Sul-Sul”, afirma a senadora, na verdade é a busca de novos mercados e de uma inserção independente e autônoma no cenário mundial.
Como exemplo, a articulação entre os países árabes e o Mercosul, iniciada há 10 anos, por iniciativa do Brasil, que promoveu a I Cúpula de Chefes de Estado e de Governo de Países da América do Sul e Países Árabes. Nesta década o comércio entre as duas regiões cresceu 183%, tendo passado de 13,7 bilhões, em 2005, para 34,8 bilhões, em 2014.
Esta semana, esse grupo de países realizou a IV Cúpula, em Riad, na Arábia Saudita, mostrando que a articulação permanece viva e afinada.
“Não por acaso, ontem (quarta, 11), a Arábia Saudita liberou a importação de carne bovina brasileira”, pontuou Gleisi. As compras tinham sido suspensas há três anos atrás, depois do registro em território brasileiro de um caso atípico da doença da vaca louca. “Com o fim do embargo, o setor estima que vai aumentar as exportações em 50 mil toneladas de carne por ano e arrecadar mais US$170 milhões.
Não posso deixar de comemorar esse feito. O Paraná é um Estado exportador de carne bovina”, lembrou a senadora.
Na relação com as principais economias globais, a política externa brasileira também caminha bem, avalia Gleisi, como atesta a agenda de encontros oficiais da presidenta da República em 2015. Dilma já recebeu o presidente da China e a primeira ministra da Alemanha, Angela Merkel, em Brasília, e foi recebida pelo presidente Barack Obama, nos EUA.
Além disso, ainda será recebida este ano pelo primeiro ministro do Japão. São as quatro maiores economias globais”, apontou a senadora.
O Brasil também tem participado, ativamente, das principais reuniões de cúpula do Planeta. Dilma esteve na Rússia para a Cúpula dos BRICS de 2015, onde viu avançar os projetos do Banco e do Fundo de Reservas do Bloco, ambos assinados na cidade de Fortaleza, no ano passado, exatamente quando o Brasil exercia a presidência do grupo. Dilma esteve também na Cúpula das Américas, além de participar e discursar na Assembleia Geral da ONU.
O G20, cuja Cúpula se realiza nos dias 15 e 16 de dezembro, em Antália (Turquia), é hoje o palco principal das discussões econômicas mundiais, como ressaltou a senadora. “Desde a crise de 2008, quando o grupo foi elevado a foro de alto nível, o G20 se notabilizou como fórum central de debates entre as principais economias do mundo, em busca de soluções coordenadas, para o enfrentamento da crise financeira internacional”, lembrou ela.
Nesta reunião de 2015, a presidência turca da Cúpula elegeu a inclusão como tema de trabalho comum às várias instâncias do grupo.
“A escolha vem em muito boa hora e o Brasil não apenas apoia, como saúda”, destacou a senadora. “Inclusão, nesse caso, significa reduzir a distância entre países ricos e pobres, e ainda promover em cada país sociedades menos desiguais”, explicou Gleisi, lembrando que a inclusão social promovida nos governos Lula e Dilma é um exemplo a ser seguido mundialmente. “Temos, portanto, grandes interesses e muito o que dizer sobre o tema na Turquia”.
Em 2014, os líderes do G20 acordaram um conjunto de princípios para a colaboração em energia, sendo adotado o compromisso de assegurar energia acessível e segura para todos. “Novamente o Brasil pode dar sua colaboração, pois o acesso à energia também é uma prioridade nacional para o Brasil”, afirmou a senadora.
Desde 2003, o Programa Luz para Todos já beneficiou 3,3 milhões de famílias, num total de mais de 15 milhões de pessoas. Atualmente, mais de 99% da população têm acesso à energia elétrica no Brasil.
“O Brasil já faz uso significativo das energias renováveis e conta com longa prática no uso de biocombustíveis. São, certamente, experiências que podemos e queremos partilhar com nossos parceiros”, afirmou.
Do PT no Senado