Partido dos Trabalhadores

Acompanhado de Pazuello, Bolsonaro insiste em debochar da dor do povo

Aplaudindo Bolsonaro, Pazuello confirma que “um manda outro obedece”. Ex-ministro deve ser reconvocado, depois de mentir 14 vezes na CPI. Aglomeração no Rio envolveu estrutura e recursos públicos

Site do PT

Um manda outro obedece, mente na CPI e bate palmas

Bolsonaro voltou a expor a população à contaminação da Covid-19 em aglomeração neste domingo, 23, no Rio de Janeiro. Em sua live na quinta-feira, Bolsonaro disse que teria voltado a ter sintomas da Covid-19. Foram mobilizadas mais de 20 unidades da corporação, com cerca de 1.000 agentes, para fazer a segurança do evento, segundo a Polícia Militar. O ex-ministro da Saúde, general “missão cumprida” Pazuello, sem máscara, participou do evento.

“Bolsonaro terá de explicar o porquê desses passeios de moto, como o de hoje no Rio e do dia 9 em Brasília. Qual a justificativa para gastar dinheiro público, deslocar seguranças, assessores, diárias, etc. Para que e a quem serve isso? O povo na pindaíba e ele gastando para passear e aglomerar?”, questionou a presidenta do Partido dos Trabalhadores, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR).

Os senadores que integram a CPI da Covid, em reunião neste domingo, reagiram à provocação de Bolsonaro, que insiste em desafiar as orientações de seu próprio Ministério da Saúde. Na próxima quarta-feira, os senadores vão encaminhar pedidos de convocação das autoridades municipais e estaduais para saber quem autorizou o ato e que medidas sanitárias foram adotadas. O atual ministro da Saúde e o ex-ministro Pazuello também devem ser convocados novamente.

Bolsonaro chegou ao Rio de helicóptero, por volta das 9h30, e foi recepcionado pelo governador Cláudio Castro no Parque Olímpico, na Barra da Tijuca. Após aglomerar, seguiu de moto até o Monumento dos Pracinhas, no Aterro. Durante o trajeto, batedores da Polícia Rodoviária Federal abriram o caminho com interdição das vias. No percurso, houve protestos e panelaço contra o ato.

Em discurso ao final do passeio, Bolsonaro voltou a invocar o apoio do Exército às suas ações, atacando os demais poderes. “Meu Exército jamais irá às ruas para manter vocês dentro de casa […] Nosso Exército são vocês. Mais importante do que os Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo, é o poder do povo brasileiro”, afirmou. Bolsonaro também reafirmou os ataques aos governadores e prefeitos que atuam para combater o vírus em suas regiões.

Da Redação