O júri popular do homicídio de Marcelo Arruda foi suspenso nesta quinta-feira (04), em Foz do Iguaçu (PR), após os advogados de defesa do réu, Jorge Guaranho, abandonarem o plenário.
Os advogados do assassino de Marcelo Arruda se retiraram do juri após o juiz negar uma série de pedidos, entre eles a liberdade provisória do réu.
O juiz Juiz Hugo Michelini Junior remarcou o julgamento para o próximo dia 02 de maio.
Petição “entrevero”
A defesa fez uma ‘petição entrevero’, juntando uma série de situações, segundo o advogado assistente de acusação pela família de Marcelo Arruda, Daniel Godoy Junior. “O juiz indeferiu e eles informaram que iam se retirar”.
Na verdade, os advogados de Guaranho não queriam julgar o processo. O objetivo era claramente a liberdade provisória do réu, denuncia a defesa da vítima do crime.
O expediente de juntar uma série de pedidos, e pedir a liberdade provisória, não funcionou.
Conduta violenta
Guaranho foi demitido dia 19 de março pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.
Em sua decisão, Lewandowski entendeu que a conduta violenta e ofensiva à vida adotada por Guaranho é incompatível com a moralidade administrativa, além de afrontar gravemente os valores institucionais da atividade policial.
Além disso, Guaranho usou sua arma profissional para cometer o crime, segundo o ministro.
Memória do crime
No dia 9 de julho de 2022, Marcelo Arruda comemorava seu aniversário de 50 anos no clube da Associação Recreativa Esportiva Segurança Física de Itaipu (Aresf). A festa tinha como tema o PT e o presidente Lula. Guaranho não era convidado mas conseguiu ver a festa pelas câmeras do clube.
Incomodado, invadiu o local aos gritos de ‘É Bolsonaro’, discutiu com os presentes e foi embora. Pouco depois retornou atirando, conforme imagens das câmeras de segurança.
Dias depois do crime em julho de 2022, o juiz Gustavo Germano Francisco Arguello acatou a denúncia crime do Ministério Público e tornou Garanho réu por homicídio duplamente qualificado.
O juiz avaliou o motivo de Garanho como fútil, decorrente de “preferências político-partidárias antagônicas” e ressaltou que o réu colocou a vida de mais pessoas em risco ao atirar contra Marcelo Arruda que, à época, era pré-candidato a deputado estadual às eleições de 2022. Em 2020 ele foi candidato a vice-prefeito de Foz do Iguaçu.
Apoiador de Bolsonaro, Guaranho, publicava nas redes sociais diversas mensagens de apoio ao ex-presidente e aliados, inclusive uma foto em que aparece ao lado do deputado federal Eduardo Bolsonaro.
Da Redação