Reportagem de Fábio Leite, na edição desta quinta-feira (31) do jornal O Estado de S.Paulo, revela que os advogados Lygia Regina de Oliveira Martan, Fernando Nascimento Pessoa, Miguel Ângelo Braga Grillo e Victor Granado Alves, que recebiam entre R$ 6,5 mil e R$ 21 mil no gabinete de Flávio Bolsonaro (PSL/RJ) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) atuaram em pelo menos 52 ações particulares envolvendo o clã Bolsonaro.
A atuação dos servidores pagos pela Alerj vão desde recorrer a multas de trânsito da mulher de Flávio, Fernanda Bolsonaro, a acompanhar a atual primeira-dama, Michelle Bolsonaro, em audiência em que era acusada de ameaça por uma empresária.
Lygia Martan e o assessor Fernando Pessoa entraram com pedido de liminar no 2.º Juizado Especial Fazendário do Rio para tentar anular uma multa de trânsito aplicada pelo Detran do Rio a Fernanda Bolsonaro. A mulher do senador eleito havia sido parada em uma blitz da Lei Seca e se recusou a fazer o teste do bafômetro. O juiz indeferiu o pedido e depois a defesa desistiu da ação.
Victor Alves atuou em 13 processos judiciais para o pai, Jair Bolsonaro, a maioria em ações de indenização por danos morais movidas pelo ex-deputado federal contra adversários políticos, jornalistas e veículos de imprensa.
Na Câmara dos Deputados, Bolsonaro tinha à disposição uma verba mensal de R$ 92 mil para contratar até 25 assessores. Um dos casos defendidos por Alves foi a denúncia feita pelo Ministério Público Federal contra Bolsonaro por pesca ilegal em área protegida de Angra dos Reis, em 2012. A ação foi julgada improcedente pelo STF em 2016.