O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), defendeu que a agenda social receba a mesma atenção oferecida à agenda ambiental na comunidade internacional, durante sua apresentação na manhã desta terça-feira (21), no Vaticano.
“Sem o enfrentamento dos problemas da fome, da miséria e da escravidão moderna, não há como tratar da preservação do planeta”, declarou aos demais participantes do seminário “Escravidão Moderna e Mudanças Climáticas”, organizado pela Pontifícia Academia de Ciências e Ciências Sociais, incluindo o Papa Francisco.
Haddad é um dos 40 prefeitos de todo o mundo convidados para participar do encontro. O prefeito petista cobrou a criação de uma agência internacional de desenvolvimento humano e elogiou a iniciativa do Papa Francisco de escrever a Encíclica Laudato Si. Para Haddad, o documento religou duas agendas que são inseparáveis.
“Muitas vezes a agenda de meio ambiente contradita com a agenda social. Nem sempre estas duas agendas eram vistas como conciliáveis”, ressaltou.
Conquistas – Haddad destacou as ações brasileiras para o desenvolvimento sustentável. “Temos liderado discussões importantes, como o biodiesel, o metanol, a energia eólica e solar”.
No campo social, Haddad lembrou que o País retirou 40 milhões de pessoas da miséria e outros 30 passaram a ter acesso à cultura, saúde e educação públicas.
Para ele, todos os prefeitos estão envolvidos com a agenda ambiental, pois têm a responsabilidade de lidar com questões como mobilidade, emissão de gases, resíduos sólidos e iluminação pública de qualidade e econômica.
O prefeito da maior cidade brasileira chamou a atenção para combater o aquecimento global com um olhar local. “Nossas cidades viraram ilhas de calor, com todos os efeitos decorrentes, sobretudo de falta de água potável. Além disso, não podemos esquecer que hoje a maioria da população mundial vive nas cidades”.
Fernando Haddad passará esta terça-feira no seminário, se encontrará com o Papa Francisco à tarde e retornará para São Paulo à noite.
Na segunda-feira (20), Haddad encontrou-se com o prefeito de Roma, Ignazio Marino, no Palácio do Campidoglio, sede do governo municipal da capital italiana.
Haddad afirmou que as cidades modernas devem recuperar espaços públicos para a cidadania. “É mais do que a entrega de novos parques, é a percepção de que a cidade é um ambiente sustentável, como se fosse um conceito de cidade praça”, defendeu.
Marino declarou-se orgulhoso em receber o colega de São Paulo, que, por sua vez, disse que a cidade brasileira quer trocar experiências com outras administrações municipais. “Queremos oferecer nossas práticas e copiar as bem sucedidas.”
Haddad participou ainda de uma audiência com a vice-presidente do Parlamento italiano, Marina Selene. “O prefeito é o dirigente político mais próximo do cidadão, por esta razão a solução necessariamente passará pelos governos municipais. Trata-se de uma questão mais comportamental do que efetiva”, disse.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da Prefeitura de São Paulo