O presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Rui Falcão, afirmou, nesta segunda-feira (30), que as medidas de ajuste fiscal propostas pelo governo federal deverão ser negociadas com movimentos sociais para garantir a aprovação no Congresso Nacional. A declaração foi feita após reunião com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, representantes da Executiva Nacional e os 27 presidentes estaduais da legenda, em São Paulo.
Além disso, segundo Falcão, o PT precisa rediscutir a política de alianças. “É muito difícil, no quadro atual do Congresso Nacional ter um marco de alianças que exclua o PMDB”, explicou.
Durante a entrevista coletiva, o dirigente saiu em defesa do PT e disse ser obrigação da legenda dar sustentação ao governo. Segundo ele, a militância deve defender os avanços conquistados pelos governos Lula e da presidenta Dilma Rousseff. “Não estamos fazendo guerra de quem põe mais gente na rua”, ponderou.
Ao falar sobre a campanha de ódio disseminada contra o PT, Rui Falcão lembrou dos atos de vandalismo cometidos contra sedes do partido em São Paulo e condenou a violência e intolerância. “Acreditamos que são manifestações de cunho político, que podem se espalhar pelo país. Quem tem compromisso com a democracia deve se colocar contra isso”, ressaltou.
Para reforçar a iniciativa do partido, Falcão disse que há uma mobilização, também, por parte do governo Dilma. A previsão é que a presidenta se reúna com movimentos sociais para receber as reivindicações. Além disso, deverão ser retomadas conferências nacionais, como as de saúde, educação e comunicação.
Afastamento – Questionado sobre a permanência do secretário de Finanças do PT, João Vaccari Neto, Falcão disse que não há nenhum pedido de afastamento formalmente apresentado ao Diretório Nacional. “Vaccari está sendo investigado há um ano, teve sigilos quebrados, depôs, não está preso. Ele é acusado. Quem é acusado não é culpado”, declarou.
Manifesto – Os representantes regionais do PT aprovaram, na tarde de hoje, o Manifesto dos Diretórios Regionais em defesa da legenda. No texto, o partido defende um “reencontro com o PT dos anos 80”, quando o partido foi criado, com “vocação democrática e transformação da sociedade”.
O manifesto reforça também a importância do 5º Congresso Nacional do PT para o fortalecimento da sigla. “O momento não é de pessimismo, é de reavivar as esperanças. A hora não é de recuo, é de avançar com coragem e determinação”, diz o texto.
No documento, foram propostas 10 iniciativas, entre elas, desencadear um amplo processo de debates; a defesa do legado do político e administrativo do partido e do governo Dilma; apoiar o aprofundamento da reforma agrária; apoiar iniciativas para intensificar investimentos nas grandes e médias cidades; buscar novas fontes de financiamento e fortalecimento do SUS; apoiar uma reforma educacional; combater a corrupção; e lutar pela integração política, econômica e cultural dos povos da América.
Por Mariana Zoccoli, enviada especial da Agência PT de Notícias