Partido dos Trabalhadores

Alberto Cantalice: As mentiras sobre Lula

A parcialidade como é tratado os processos envolvendo Lula cria um ambiente de insegurança jurídica, ferindo de morte o devido processo legal

Paulo Pinto/Agência PT

Alberto Cantalice

As críticas que pululam, nos variados meios de comunicação, sobre um suposto perdão do ex-presidente Lula aos golpistas da atualidade não passam de conversa mole e bazófia. Isso faz parte de uma tentativa de “colar” nele a pecha de político do atraso e favorecer aqueles que querem usar o prestigio dele para aparecer.

Vítima da maior perseguição midiático-judicial que uma liderança política já sofreu em toda a nossa história, Lula luta, na verdade, com todas as suas forças, para restabelecer sua honra e sua dignidade que as forças conservadoras teimam em conspurcar.

Prato principal nas mesas dos covardes os nomes de Lula e o de Dilma têm servido para alimentar a frustração dos preconceituosos, racistas, elitistas e misóginos que veem nessas lideranças os defensores de um país sem exclusão, vez que são, notoriamente, defensores dessas pautas.

Ao invés de partir para o bate-boca estéril nas mídias ou na mídia tradicional o que fez Lula: reeditou as antigas caravanas. Ontem da Cidadania, hoje da Esperança.

A Caravana da Esperança, na sua atual versão, já percorreu os nove estados do Nordeste e parte do estado de Minas Gerais. Ruma agora para o Rio de Janeiro. Realizar essa caravana foi a forma encontrada por Lula de estar junto do povo e colher suas expectativas e anseios, quanto ao futuro da nação brasileira.

O chamado “banho de povo” que nenhum outro político brasileiro se atreve a tomar revigora o ex-Presidente Lula. Ele encontra no povo energia para continuar lutando. O vigor que ele extrai desses encontros o fortalece! Torna-o capaz de continuar lutando apesar de septuagenário e com uma ampla folha de serviços prestados ao povo brasileiro.

O fator Lula demonstra ser o pêndulo que sacode a realidade política no pais. Ele é protagonista desse processo desde as históricas greves da indústria automobilística no ABC paulista nas décadas de 70 e 80. Desperta em largos setores da nacionalidade rasgos de amor e ódio.

Lula assistiu nas chamadas “jornadas de junho de 2013” o início da mais ampla caçada midiática. Essa trasmudou-se em seguida em exploração midiático-judicial com a estratégia de cerco e aniquilamento do Partido dos Trabalhadores e por conseguinte de todo o ideário das esquerdas brasileiras.

A seletividade inicial da chamada “Operação Lava Jato”, cujo ápice foi a condução coercitiva do ex presidente e a posterior divulgação das gravações dos diálogos da presidenta Dilma com Lula, sem a cobertura da decisão judicial, bem como os vazamentos de gravações de cunho pessoal entre seus familiares criaram o caldo de cultura que insuflou os ”patos da paulista”, cujo desfecho foi a deposição da Presidenta Dilma.

A ilusão de alguns incautos que compõem o chamado campo progressista de que passaram e passarão incólumes por essa avalanche conservadora e reacionária que oprime a nação só demonstra o grau de ingenuidade e de primarismo político.

O que está em jogo é a continuidade da democracia. A quebra da espinha dorsal do primado do Estado Democrático de Direito por parte significativa do Poder Judiciário e do Ministério Público é de uma gravidade sem par.

Assistimos impávidos a esse golpe brando e suave como se esse tivesse, efetivamente, algum compromisso com a restauração da “moralidade pública”.

A quebra da legalidade democrática é golpe. É usurpação de poderes, não tem outra nomenclatura.

O hiperativismo judicial deu a base que faltava para que os setores, majoritariamente, fisiológicos da Câmara e do Senado consumassem o “golpe dos picaretas”. Instalou-se no Palácio do Planalto uma camarilha que em sua sanha de desmontar o estado nacional usa métodos que, nem de longe, obedecem aos mais comezinhos princípios republicanos.

A parcialidade como é tratado os processos envolvendo Lula cria um ambiente de insegurança jurídica, ferindo de morte o devido processo legal. As forças democráticas e progressistas que lutam contra as iniquidades brasileiras não podem se curvar.

Hoje a vítima preferida dessas mentiras é Lula. Amanhã podem recair sobre qualquer um!

Alberto Cantalice é vice-presidente nacional do PT