A história da construção do ideal de nação no Brasil foi pontificada pelos desejos e desígnios dos “eleitos”. País de privilégios arraigados desde a instituição das chamadas Capitanias Hereditárias, o Brasil foi o último país do ocidente a abolir a escravidão.
A separação entre a Casa Grande e a Senzala perdura. Não à toa somos ainda detentores do nada honroso título de uma das nações com uma das maiores concentrações de rendas e riquezas do mundo.
Nunca os setores populares foram parte destacada na historiografia brasileira, sendo relegados ao periférico e ao desimportante. A lógica dos “grandes centros”, produtores de cultura e entretenimento e detentores das renúncias fiscais via Lei de incentivo à Cultura, perpetuam a exclusão das periferias da produção artística.
Em um país de dimensão territorial continental como o nosso e com uma população de mais de 200 milhões de habitantes, não dá mais para que cada ente da Federação responda por políticas públicas específicas.
Sem uma política clara e integrada entre os entes federativos, em especial as prefeituras, os governos estaduais e o governo federal, que combata a todas as formas de exclusão, não se conseguirá avançar na superação dos graves problemas de mobilidade urbana, segurança e saúde.
A ausência da sensação de segurança aliada à péssima percepção da maioria da população dos serviços públicos, criam o caldo de cultura que permite o reaparecimento na cena do conservadorismo e do reacionarismo, inclusive em franjas da áreas populares.
Base orgânica do velho udenismo e do lacerdismo, os setores elitistas e excludentes da sociedade brasileira, mais uma vez tentam dar o tom do processo político.
O cretinismo dos privilegiados tenta fazer crer que os males do País se resolverão ao se apear, pela via das manobras inconfessáveis, uma presidenta legitimamente eleita.
Por isso e para fazer frente a esse estado de coisas é que o reagrupamento das forças democráticas e de esquerda em defesa das pautas progressistas é urgente e necessária.
Hoje, o combate ao machismo e ao preconceito de qualquer natureza; a luta pela criminalização da homofobia e contra a precarização das relações de trabalho são alguns dos pilares que as forças democráticas devem se debruçar.
A pauta conservadora e sua força devastadora quer fazer a roda da história voltar para trás.
Cabe a nós, resistirmos!
Alberto Cantalice é vice-presidente nacional do PT e coordenador de mídias sociais do partido