O pecado de Cantalice, também coordenador das mídias sociais do partido, foi o de apontar alguns dos responsáveis pelas campanhas negativas feitas contra a Copa do Mundo e contra a imagem do Brasil, nos meses que antecederam ao evento.
Não contou nenhum segredo, exerceu seu direito absoluto de manifestação e, no fim das contas, disse o que todo mundo sempre soube: para defender os interesses de seus patrões, muitos jornalistas brasileiros desmerecem o País e insultam as aspirações populares.
São, por assim dizer, representantes bem acabados do que o escritor e jornalista Nélson Rodrigues bem classificou de Complexo de Vira-Lata.
Como de costume, por falta absoluta de argumentos racionais, os prepostos do viralatismo nativo preferiram arreganhar os dentes a debater. Novamente, nenhuma novidade.
A hipótese de que, ao nomeá-los, Cantalice teria elaborado uma “lista negra” não é só um argumento risível, é, principalmente, um emblema da triste circunstância da mídia nacional.
Descolados da realidade e voltados quase que exclusivamente para disseminar o ódio e alimentar o analfabetismo político, os veículos tradicionais de comunicação insistem na fórmula manjada de, acuados, acusar seus acusadores de atentarem contra as liberdades de imprensa e de expressão.
O expediente, como de costume, não tem vínculo algum com a realidade. Serve apenas para agregar o discurso da oposição e, no limite, permitir que o PSDB possa, como fez, divulgar uma nota oficial para defender seus defensores – como se fosse ainda possível mascarar essa intenção com o discurso da defesa da liberdade de imprensa.
O PSDB, estivesse mesmo preocupado com tema, não seria o partido que abrigou, enquanto pôde, as teses do ex-deputado Eduardo Azeredo, ex-governador de Minas Gerais que, antes de ficar famoso como fujão do chamado “mensalão mineiro”, notabilizou-se por ser autor do “AI-5 Digital”, uma proposta que pretendia censurar a internet brasileira e transformá-la num feudo das grandes corporações mundiais.
Estamos falando do mesmo PSDB que tentou censurar o livro “A Privataria Tucana”, do jornalista Amaury Ribeiro Jr., para que o País não soubesse dos bastidores do processo de privatização do governo Fernando Henrique Cardoso, quando o patrimônio público da Nação foi vendido a preço de banana.
O mesmo PSDB que mantém a imprensa de Minas Gerais sob uma cruel mordaça há mais de uma década.
O PSDB que agora posa de defensor da liberdade de imprensa quando, na verdade, quer apenas instrumentalizar eleitoralmente um debate que deveria ser feito à luz do dia. Para tal, dá-se a este papelão de assumir as dores do que há de pior na mídia nacional.
Até aí, também, nada de novo.
Em entrevista ao site Brasil 247, Alberto Cantalice vai na origem da questão. “O comportamento organizado dessa turma só mostra que eu tinha razão”, afirma. “Eles agem em bloco para desmoralizar a atividade política e criminalizar o PT. Podem continuar dizendo o que quiserem. Mas não estão acima da crítica. Não são intocáveis, acima do bem e do mal”.
À tentativa de judicialização do debate, outro expediente comum à direita entocada na mídia, o vice-presidente do PT avisa que não irá se intimidar. “Não vou recuar, nem me intimidar a eles, porque eles é que são os verdadeiros censores e tentam calar e ridicularizar todas as vozes que pensam diferente”, diz. “Se dependesse dessa turma, não haveria a internet, mas apenas as opiniões de seus patrões que eles vocalizam no rádio, na televisão e nos jornais impressos”.
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Da Redação da Agência PT de Noticias