A qualidade de ensino do estado de São Paulo caiu nos últimos três anos. É o que mostra a última divulgação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), publicado neste mês. De 2011 para 2013, a nota de São Paulo regrediu de 3,9 para 3,7.
O indicador federal, criado em 2005, alia a avaliação do desempenho dos estudantes em provas de português e matemática com as taxas de aprovação na rede. A métrica oficial é divulgada a cada dois anos.
Ao analisar as ações da gestão do governo Alckmin, é possível notar que a educação não é prioridade no governo tucano. No Plano Plurianual, as metas de melhoria e expansão não foram atingidas.
No quesito construção, ampliação e reforma de prédios das unidades de apoio, a gestão Alckmin previa realizar 40 ações, mas apenas 14 foram executadas, no período de 2010 a 2013. O mesmo aconteceu com as obras de expansão da rede física, estipuladas em 515, foram concluídas 274. Já no ensino fundamental, estavam previstas quatro ações de apoio, com transferência de recursos para os municípios, mas nada foi feito.
“Está ocorrendo um processo de sucateamento da educação. O que mantém a qualidade do setor em São Paulo é a qualidade dos profissionais da educação, a dedicação e o emprenho dos profissionais. Em matéria de estrutura e remuneração, a situação está caótica”, avalia o deputado Antônio Mentor.
Mentor diz ainda não se espantar com os retornos negativos, visto que a gestão de Alckmin deixou de estabelecer como prioridades os assuntos relacionados às áreas sociais. “Educação, saúde e segurança deixou de ser uma prioridade do governo estadual. Esses números tornam esse cenário visível. Não conseguem sequer entregar 50% das ações estabelecidas por eles”, critica o deputado.
Para o deputado João Paulo Rillo, é nítido que Alckmin privilegia o estado mínimo, a educação privada, e erra ao deixar de fortalecer a educação e unidade escolar, pautando discussões sobre a maioridade penal. “Não cabe ao governador propor essa discussão. O Alckmin é pura retórica e pura imagem”, diz Rillo.
Na avaliação da Bancada do PT na Assembleia Legislativa (Alesp), as metas em si são bem tímidas, considerando que o Estado de São Paulo é composto por 645 municípios.
Por Camila Denes, da Agência PT de Notícias