O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, voltou a criticar os juros abusivos praticados pelo bolsonarista Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central. Nesta segunda-feira (3), em conversa com jornalistas, Alckmin foi enfático ao manifestar apoio ao presidente Lula em sua cruzada para uma queda da Selic, hoje estacionada em 13,75%.
“Eu acho que passou da hora [de reduzir a taxa]”, observou o vice-presidente. “Não tem razão para nós termos a maior taxa de juros do mundo. Aliás, é difícil de entender”, criticou. “Em 2020, a taxa de juros era de 2%. Hoje, está em 13,75%”, lembrou o vice-presidente.
“Não tem justificativa, e esse é um fator importante, porque câmbio, juros e imposto são decisivos para a atividade econômica”, comentou para setoristas da imprensa.
Durante evento de retomada do Grupo Executivo do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Geceis), Alckmin falou sobre a nova regra fiscal desenhada pelo Ministério da Fazenda e de como irá garantir o ambiente para uma redução da Selic.
Ancoragem fiscal
“A nova ancoragem fiscal vai trazer todos os argumentos para a gente poder entrar numa curva de redução da taxa de juros”, assegurou. “Com juros mais baratos, reforma tributária e câmbio competitivo, a indústria floresce”, apontou Alckmin. “E mais ainda a indústria da saúde”.
A manutenção das taxas de juros no patamar de 13,75% vem criando um cenário de terra arrasada para a indústria e para as empresas, que têm assistido a uma contínua queda no acesso ao crédito.
Recuperação do crédito
“Nós não podemos continuar com a política de juros escorchantes, que não permitem que o empresário tenha acesso a crédito nesse país”, afirmou o presidente Lula, nesta segunda-feira, em vídeo para integrantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável.
“Sem crédito não há investimento, sem investimento não há crescimento, sem crescimento não há emprego, sem emprego não há melhoria de vida do povo brasileiro”, lamentou. Lula reafirmou seu compromisso em mudar a situação.
“Nós vamos criar as condições para o Brasil voltar a crescer, vamos criar condições para o Brasil voltar a gerar emprego, vamos criar as condições para o Brasil voltar a melhorar a qualidade do povo brasileiro, e quando digo ‘povo’ é melhorar a qualidade de vida do empresário, do trabalhador, da classe média, da pessoa que está desempregada, porque vai ter emprego”.
Da Redação, com 247