Agosto é definido como o mês mundial do aleitamento materno, chamado “Agosto Dourado”, sendo dos dias 1 a 7 a semana mundial. A campanha tem por finalidade frisar a importância da amamentação tanto para a mãe quanto para o bebê. Esses benefícios podem ser preservados por muitos anos, diminuindo diversos riscos a saúde, dando proteção e desenvolvimento à criança. O aleitamento materno durante os seis primeiros meses de vida do bebê ajuda a prevenir doenças diarreicas e respiratórias e ainda reduz risco de câncer de mama e de ovário nas mães.
Na gestão do prefeito Fernando Haddad foi aprovada a lei que garante a amamentação em locais públicos e quem proibir a mãe de amamentar, leva multa. O projeto de lei foi proposto em decorrência de casos de mães que foram insultadas, constrangidas e proibidas de amamentarem em determinados locais. Na época, foram mobilizados atos e feitos “mamaços” contra essa repreensão absurda.
Um relatório recente da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) mostrou que, em 194 países, só 23 registram bons índices de amamentação exclusiva.
Em 2012, quando era Ministro da Saúde, atingimos a meta de redução da taxa de mortalidade infantil e assinamos o compromisso de compartilhar nossas experiências com outros países. Esse resultado positivo foi fruto de uma série de políticas públicas voltadas para os bebês e mamães.
Um exemplo dessas ações foi à queda de 15% da taxa de mortalidade infantil na cidade de São Paulo em 2015. Em 2007, o índice foi de 12,57 mil casos de morte em nascidos vivos com menos de um ano de idade. Esse número caiu para 10,72 mil, sendo a Zona Sul da capital a região que apresentou maior queda, de 22, 3%. Essa redução se deu pelo aumento do número de consultas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), com pré-natal e assistência pré e pós-parto.
O aleitamento materno é um direito e, nos dias atuais, não deveria ter que virar lei, já que, além de ser uma prática natural da vida, é garantido no Estatuto da Criança e do Adolescente, e é um ato de amor.
*Artigo inicialmente publicado no Diário de S.Paulo
Alexandre Padilha é vice-presidente do PT, foi ministro da Coordenação Política de Lula e da Saúde de Dilma Rousseff e secretário da gestão Haddad em São Paulo.