Após dois acordos de colaboração premiada, Alberto Youssef, tão beneficiado pelo ministro da Justiça Sérgio Moro, voltou a operar com dólares, segundo informação de Lauro Jardim do O Globo. O doleiro, peça central da Operação Lava Jato na perseguição política ao PT, foi solto pouco mais de dois anos após o segundo acordo.
Youssef foi preso nas primeiras fases da Lava Jato, e já era reincidente. O doleiro havia cumprido pena de dez anos no Caso Banestado, que apurou esquema de evasão de divisas e lavagem de dinheiro via contas CC5. Na ocasião, ele foi solto após fechar o primeiro acordo de colaboração premiada da história brasileira com o Ministério Público Federal, em dezembro de 2003. Naquele ano, ainda não existia a Lei de Organizações Criminosas, que só regulamentaria o dispositivo dez anos depois.
Pego novamente, agora pela Lava Jato, Youssef conseguiu novo acordo em 24 de setembro de 2014, graças ao “amigo” Moro. A presidenta nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann, ironizou o fato do ex-juiz ter ignorado a reincidência do doleiro. “Alberto Youssef, o doleiro delator, já em liberdade, volta a operar com dólar. Amigos garantem que ele está atuando dentro da lei. É a segunda vez na carreira que Youssef se beneficia de um acordo com Sérgio Moro: no Banestado e na Lava jato. É muita seletividade moral do ex-juiz”, criticou Gleisi.
Quem também criticou a seletividade de Moro, além da conivência com a prática criminosa de Youssef, foi a equipe de assessoria de Lula. A publicação da página do Facebook também lembrou a condenação sem provas do ex-presidente pelo ex-juiz.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações de Lauro Jardim, do O Globo