O lançamento do projeto Elas Por Elas em Goiás, na quarta-feira (6) coincidiu com a recente divulgação do Atlas da Violência. O estudo publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica aplicada (Ipea) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança evidenciou dados preocupantes sobre taxas de homicídio de mulheres brasileiras. Em 2016, último ano contemplado pelo relatório, 4.645 mulheres foram assassinadas no território nacional.
Goiás aparece no levantamento como o estado mais letal para mulheres negras, com uma taxa de homicídio de 8,5 para 100 mil mulheres em 2016. Entre as não negras, essa taxa cai para 4,1.
A secretária nacional de mulheres do PT, Anne Karolyne Moura, lamentou as estatísticas e ressaltou que a revolta com esse cenário de evidenciamento do crime de feminicídio deve ser transformada em luta.
“Essa revolta tem que ser transformada em luta. Essa revolta tem que ser transformada em participação política. Essa revolta tem que ser transformada em organização coletiva de nós mulheres. Porque essa representação que tem no Congresso não é o retrato da sociedade. Não é a representação que a gente quer. A transformação passa pela mão e pela vida das mulheres”, defendeu.
Anne lembrou ainda que apesar de a lei mais conhecida do país ser a Maria da Penha, os desafios para o enfrentamento à violência contra as mulheres ainda estão colocados.
“A lei não resolveu o feminicídio, mas foi feita pelo nosso governo. Fomos nós que criamos uma secretaria com status de ministério. Fomos nós que fizemos políticas públicas para as mulheres. São quatro conferências, e três planos nacionais de políticas para mulheres. Esse legado nós não podemos deixar o povo esquecer”, reforçou.
O lançamento do Elas Por Elas aconteceu na sede do PT em Goiânia, e contou com a participação de lideranças petistas do estado.
A presidenta do PT de Goiás, Kátia Maria, que também é pré-candidata ao governo estadual, ressaltou as conquistas das mulheres na busca por participação política.
“Ter avançado para financiamento público de campanha, para nós mulheres foi muito importante. Ter avançado agora com a resolução do Supremo Tribunal Federal e Tribunal Superior Eleitoral de garantir os 30% dos fundo Partidário e Eleitoral para candidaturas de mulheres, para nós foi muito importante. Nós não queremos ser apenas 30% das candidaturas. Nós queremos ser 30% das cadeiras, no mínimo”, completou.
A ocupação de postos de poder e decisão por mulheres, para a ex-prefeita de Valparaíso e secretária estadual de Mulheres do PT-GO, Lucimar Nascimento, é o caminho para a implementação de políticas públicas que promovam a autonomia e o empoderamento de gênero.
“Os nossos mandatos devem, de fato, exercer aquilo que traz empoderamento, que traz emancipação pras mulheres. Pra nós a participação das mulheres na política é isso: é trazer resultados concretos para vida das mulheres”, finalizou.
Por Geisa Marques, da Comunicação Elas Por Elas