O impacto do golpe que destituiu a presidenta eleita, Dilma Rousseff, foi sentido com muito mais intensidade pelas mulheres. A ruptura democrática afetou também os direitos conquistados nos governos Lula e Dilma e interrompeu avanços importantes em áreas como a do enfrentamento à violência de gênero.
A dois dias das eleições, a secretária nacional de Mulheres do PT, Anne Karolyne, alerta que o momento é decisivo para as mulheres. Ela pontua que para avançar em direitos é preciso eleger o projeto que tem as mulheres no centro da agenda do Governo, representado por Fernando Haddad e Manuela D’Ávila (PCdoB).
“No domingo (7) vamos garantir o Haddad no segundo turno e retomar o Brasil para as mulheres. Somos nós que estamos na linha de frente das mobilizações para dizer que não aceitamos qualquer tentativa de avanço das forças conservadoras e do ódio. Haddad e Manuela representam a esperança e o projeto que nós queremos para as mulheres e para todo o povo brasileiro”, ressaltou.
A secretária também exalta a presença da candidata a vice Manuela D’Ávila na chapa presidencial. “É um orgulho para nós ter a Manuela como candidata à vice-presidenta, uma mulher feminista e comprometida com os nossos direitos. Avançamos muito com o Lula e Dilma, e agora vamos retomar esse caminho e construir um Brasil mais feliz para as mulheres com Haddad e Manu”, reforça.
Além da eleição presidencial, Anne chama a atenção para a importância de eleger um Congresso Nacional progressista e ressalta que é o momento de combater a sub-representação das mulheres na política, principalmente com a eleição de deputadas e senadoras.
“Vamos ocupar o Congresso Nacional e as Assembleias com as nossas combativas candidatas a deputadas e senadoras, aumentar a nossa representação nesses espaços e mostrar que lugar de mulher também é na política”, acrescenta.
Na atual legislatura, a porcentagem de mulheres parlamentares na Câmara Federal é de apenas 10,7%. Isso significa que elas ocupam somente 55 das 513 cadeiras da Casa. A baixa representação feminina, segundo Anne, é uma barreira para o avanço de proposituras que afetam diretamente as mulheres, como a discussão de gênero nas escolas e a questão do aborto.
“Eleger as mulheres do PT significa mexer com essa estrutura que mantém homens no poder há décadas, legislando sobre os nossos corpos, sobre os nossos direitos e perpetuando essa cultura machista que precisa ser combatida”, conclui.
Neste ano, a Secretaria de Mulheres do PT investiu ainda mais na formação das candidatas por meio do projeto Elas por Elas, com o objetivo de fortalecer a participação política. A iniciativa foi desenvolvida junto às secretarias estaduais e ofereceu suporte para que as mulheres que colocaram seus nomes à disposição chegassem fortalecidas à disputa eleitoral. Anne faz uma avaliação positiva da plataforma e se mostra confiante acerca dos resultados do projeto.
“O Elas por Elas foi uma ideia muito bem-sucedida, e eu acredito que teremos um resultado nas urnas que vai reafirmar a relevância desse trabalho para o partido e para as candidatas. Não estamos na política para cumprir cota de gênero, mas para participar efetivamente dos espaços de decisão”, afirma.
As eleições deste ano conta com a candidatura de quase 400 mulheres do PT, entre candidatas a deputada federal e estadual, senadora, governadora e vice-governadora.
Por Geisa Marques, da Comunicação Elas por Elas