A presidenta Dilma Rousseff garantiu, nesta terça-feira (4), a criação do programa Mais Especialidades. “É o segundo passo, que faremos. É mais complexo, mas nós conseguimos hoje uma ação sistêmica que vai permitir da consistência ao Mais Especialidade”, defendeu, durante cerimônia em comemoração aos dois anos do Mais Médicos, em Brasília.
A presidenta declarou que tem orgulho do Mais Médicos. “Me sinto realizada por saber que vocês, 24 horas por dia, 7 dias por semana, estão presentes nos municípios do País. Não só pelo horário que vocês cumprem, mas pela generosa acolhida que vocês dão a quem precisa”, afirmou aos médicos presentes na cerimônia de comemoração aos dois anos de Programa.
Durante o evento, Dilma assinou o decreto que cria o Cadastro Nacional de Especialidades. O cadastro vai permitir que o governo saiba exatamente quantos especialistas se formam em cada área e quais os setores mais carentes.
“É uma ferramenta importante para o planejamento do Mais Especialidades, mas surge com a lei do Mais Médicos. Para enfrentar o problema da falta de médicos e definir em quais áreas necessitamos crescer precisamos contar com as informações do cadastro”, afirmou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.
Para viabilizar a reunião dos dados, o Conselho Nacional de Educação terá 90 dias para criar regras comuns a todos os órgãos que validam certificados de cursos de especialização em medicina.
Críticas – A presidenta lembrou as críticas feitas ao programa e os conselhos que recebeu para interromper a iniciativa. “Acredito que havia um desconhecimento básico do sentido do programa. Por parte de prefeitos e de outros setores, houve elogios com muita intensidade”.
Dilma Rousseff agradeceu a todos os médicos, em especial aos cubanos, “ que deram mostras de solidariedade, profissionalismo e ofereceram um atendimento absolutamente humanizado”, avaliou. “Vocês estreitam as relações entre Brasil e Cuba, distribuída em todo o território nacional”, afirmou, sobre as localidades onde os profissionais atuam.
A presidenta celebrou o aumento da participação dos médicos brasileiros no Programa. Na última seleção, eles preencheram o total de vagas oferecidas. Ela elogiou também a parceria entre governos municipais, estaduais e federal, além das ações conjuntas entre ministérios da Saúde e da Educação. “Estamos fortalecendo um dos grandes patrimônios que temos, o Sistema Único de Saúde. Essa parceria que torna a relação tão expressiva no Mais Médicos”.
Homenagem – Antes do discurso da presidenta, a estudante de medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Norte em Caicó Ana Luiza Lima emocionou a todos com sua fala.
A estudante contou que sonhava em estudar medicina, mas que via seu sonho distanciar-se, assim como outros jovens do interior, devido às dificuldades para ingressar numa faculdade.
“O processo de interiorização das escolas de medicina levou o olhar de muitos ao interior do País e deu voz ao sertanejo, aos ribeirinhos, aos indígenas. Isso é o que acontece quando se põe em prática um dos princípios norteadores do SUS, a igualdade. É uma verdadeira revolução social”, defendeu.
Ela citou o primeiro discurso de posse da presidenta. “Quando a senhora foi eleita a primeira presidenta mulher, falou para que os brasileiros olhassem nos olhos de suas filhas e dissessem que elas também podiam ocupar o cargo mais importante do País. Peço-lhe permissão para reconstituir sua afirmação e dizer que agora, a neta de um agricultor do Nordeste ou de qualquer região do interior já pode sonhar em ser doutora”, declarou, emocionada.
Ana Luiza finalizou sua fala pedindo coragem à Dilma Rousseff. “Estamos certos de que nada nos impedirá de sonhar. Muito obrigada”.
Por Cristina Sena, da Agência PT de Notícias