O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, na noite de terça-feira (10), que há um “cheiro de retrocesso” político na América Latina e na América do Sul. Ele participou, ao lado do ex-presidente do Uruguai Pepe Mujica, da abertura da 7ª Conferência Latino-Americana e do Caribe em Ciências Sociais, em Medellín, na Colômbia.
“Olhem o que está acontecendo na América Latina, na América do Sul. Vocês estão sentindo um certo cheiro de retrocesso. Tem uma parte da elite que não aceita a ascensão social”, avaliou, durante o evento realizado pelo Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (Clacso).
“Na América Latina, ainda temos um largo caminho a percorrer na busca de sociedades plenamente desenvolvidas e democráticas”, disse Lula.
O ex-presidente também voltou a criticar a atuação da imprensa. Desta vez, ele reforçou que a mídia é a “grande oposição” em todos os países da América do Sul.
“É preciso não acreditar nessa bobagem que a imprensa do nosso continente, que é a grande oposição em todos os países. Nós precisamos não aceitar a negação da política”, pediu.
Durante a fala, Lula fez um apelo para que os jovens participem da política. “Nós já fazemos parte dos políticos do século passado. Vocês precisam fazer parte dos políticos do século 21. Tenham a coragem de ser melhores do que nós. Tenham a valentia de fazer mais do que nós”.
Aos participantes da conferência, Lula relembrou as conquistas dos brasileiros nos últimos anos, como o acesso ao ensino superior.
“Mesmo não tendo diploma universitário, sou o presidente que mais fez universidades na história do meu País”, exemplificou Lula.
“Eu tenho a convicção do que aconteceu na nossa querida América Latina nesses últimos 12 anos, porque em 1985 eu não acreditava que um operário pudesse chegar à Presidência da República pelo voto direto. Jamais acreditei que um ex-preso político pudesse ser presidente do Uruguai (Pepe Mujica)”, lembrou, ao citar, também, a presidenta Dilma Rousseff, presa e torturada na ditadura militar.
Lula também avaliou a crise econômica e falou sobre a necessidade de reação, por parte da América Latina, para solucionar o problema.
Além de Lula, participaram o ex-presidente uruguaio, José “Pepe” Mujica, o ex-presidente colombiano Ernesto Samper, o senador uruguaio, Lucia Topolansky, o vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera, o prefeito de Medellín, Aníbal Gaviria Correa, o governador de Antioquia, Sergio Fajardo Valderrama, e Alejo Vargas, Boaventura de Sousa Santos, Baltasar Garzon, Suzy Castor, Juan Carlos Monedero, Martin Barbero, Anibal Quijano, Aldo Ferrer e Raúl Zaffaroni, entre outros.
Da Redação da Agência PT de Notícias