Um apagão no Amapá entrou hoje em seu quarto dia, deixando 13 dos 16 municípios do estado sem energia. A situação também afeta o fornecimento de água, já que sem eletricidade as bombas hidráulicas não funcionam. Cerca de 85% dos 860 mil habitantes, em torno de 730 mil pessoas, está sendo afetada. A causa do apagão foi a explosão de um transformador da empresa privada Isolux, em Macapá.
Subsidiária da Eletrobras, a empresa estatal Eletronorte é quem está dando suporte pra solucionar a crise o mais rápido possível. A mesma estatal que o governo Bolsonaro quer entregar na bacia das almas, privatizando-a e repassando a para o controle da iniciativa privada. Uma medida anti-nacional que ignora a premissa mais importante na geopolítica: nenhum país deixa na mão dos outros o controle sobre seus recursos estratégicos.
“O desgoverno é tão alienado que é capaz de ignorar que o Amapá está sem luz e água, e passa seu tempo concentrado em bajular um candidato à presidência de outro país”, advertiu o senador Paulo Rocha (PT-PA). A demora em solucionar o problema provocou forte reação nas redes sociais local e nacional. A cantora paraense Gaby Amarantos questionou o pouco caso com que são tratadas as pessoas do Norte do pais.
Sem solução, a população não tem água, hospitais ficam sem geradores e cidades às escuras. Segundo o portal de notícias G1, há filas também em supermercados e locais de revenda de água, e o problema provocou uma corrida ao aeroporto, hotéis, supermercados e shoppings, onde ainda havia energia elétrica por causa de geradores. O prefeito de Macapá, Clécio Luís, decretou estado de calamidade pública na capital por 30 dias.
Na quinta-feira, 5, em coletiva de imprensa, o ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque informou que estavam em andamento três “planos” para solucionar o problema. Segundo o ministro, os planos apresentados vão “assegurar o reestabelecimento gradual da carga total de Macapá nos próximo dias”. O mais imediato promete restabelecer entre 60% e 70% da energia nesta sexta-feira. Os demais, em 15 ou 30 dias.
A situação é resultado do irresponsável processo de privatização elétrico do país. O incêndio que desencadeou o apagão teve início em subestação da Isolux, empresa privada espanhola. De acordo com o próprio governo, o incêndio destruiu dois dos três geradores da empresa. O terceiro está em manutenção desde dezembro do ano passado. A estatal Eletrobras Eletronorte é quem está dando suporte para solucionar a crise o mais rápido possível.
Da Redação com G1 e PT Senado