O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi a Curitiba nesta quarta-feira (13), prestar depoimento ao juiz Sérgio Moro por conta de um terreno supostamente comprado pela Odebrecht para o Instituto Lula. Milhares de militantes comparecerem para apoiar o ex-presidente.
De acordo com o Ministério Público, a Odebrecht teria repassado um terreno ao ex-presidente através de uma empresa intermediária, a DAG. Contudo, o imóvel jamais foi recebido. O ex-presidente realizou apenas uma visita em 2011, descartando a compra ou aluguel do local.
Em Curitiba, desde a manhã o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) organizava um cordão com centenas de pessoas para receber Lula até as proximidades do prédio da Justiça Federal.
Lula chegou ao local do depoimento por volta das 14h, acompanhado das senadoras Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Fátima Bezerra (PT-RN), dos senadores Humberto Costa (PT-PE), Lindbergh Farias (PT-RJ) e Paulo Rocha (PT-PA), além dos vice-presidentes do PT Marcio Macedo e Alexandre Padilha e do presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) Vagner Freitas. Também compareceu o deputado Wadih Damous (PT-RJ) e os governadores Wellington Dias e Tião Viana.
Quando o ex-presidente se aproximou, ouviam-se gritos de “Lula, guerreiro do povo brasileiro” e “Lula presidente”.
A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou pela manhã que “estamos em Curitiba não só pela defesa do ex-presidente Lula, mas pela defesa da democracia. Nós achamos que o processo ao qual o presidente Lula está submetido é um processo que não está sendo submetido ao devido processo legal, olhando-se para o estado democrático de Direito”.
“Ou seja, o presidente Lula vem sido enfrentado e confrontado pelo Judiciário ao invés de estar sendo julgado”, acrescentou Hoffmann. “Por isso a importância de estarmos aqui, digo isso com toda a tranquilidade porque não é uma avaliação minha de presidenta do PT ou dos petistas. Temos um livro que foi editado por 122 juristas recentemente, que faz um desmonte da sentença do juiz Sérgio Moro que já condenou o presidente Lula uma vez, dizendo que não tem base jurídica nessa condenação”.
Lindbergh Farias disse que “defender Lula é defender a Democracia. O que eles querem é uma eleição que seja um jogo de cartas marcadas. Eles não querem que o representante do campo popular, que representa o trabalhador brasileiro, tenha candidato. Defender Lula é defender o povo pobre, os trabalhadores brasileiros”
Já em frente a Justiça Federal, o Senador Humberto Costa destacou que “temos aqui uma grande concentração de pessoas, não somente para externar nossa solidariedade ao presidente Lula, que tem sido vítima de uma das maiores perseguições políticas, uma perseguição jurídica, patrocinada pelas elites dominantes desse país, pelos grandes meios de comunicação, e por parcelas do Poder Judiciário e do Ministério Público, tudo porque Lula incluiu milhões de pessoas na condição de viver com o mínimo de dignidade”.
A senadora Fátima Bezerra disse que “mais uma vez o presidente Lula vai falar com muita serenidade, mas com muita firmeza, a firmeza dos inocentes. A gente sabe que todos esses processos, essas denúncias contra Lula, tem conteúdo só de natureza política, porque não há prova, não há materialidade. Então é nosso dever estar aqui mais uma vez trazer nosso abraço de solidariedade a ele”.
“O povo aqui surpreendendo”, exaltou Alexandre Padilha. “Aqui era a programação só de algumas lideranças, mas o povo resolveu vir para cá, caravanas inteiras vindo para receber o Lula, depois vamos sair daqui e vamos até a praça, vai ser uma bela caminhada”, completou o ex-ministro.
Após a entrada de Lula na Justiça Federal, cerca de duas mil pessoas seguiram em marcha até a praça Generoso Marques, no centro de Curitiba, onde ocorre ao final da tarde um ato em apoio ao ex-presidente.
Da Redação da Agência PT