A longa história de parcialidade do juiz Sérgio Moro ganhou novos capítulos inglórios na terça-feira (15), ilustrada por mais imagens de sua relação de cumplicidade com políticos tucanos.
O magistrado chegou à cidade de Nova York para sua premiação como “Pessoa do Ano” pela Brazilian-American Chamber of Commerce (Câmara do Comércio Brasil-EUA) sendo alvo de manifestações de repúdio do coletivo BRADO-NY.
Dezenas de pessoas denunciaram bravamente o golpe parlamentar em curso no país e a perseguição jurídico-midiática do ex-presidente Lula, mantido como preso político desde 7 de abril após um processo repleto de irregularidades e falta de provas conduzido pelo magistrado.
Em um dos cartazes, Moro foi descrito como “criminal of the year” (criminoso do ano) e uma faixa em frente ao Museu de História Natural em Manhattan pedia Lula Livre. “Moro pratica lawfare”, diz outro cartaz.
Qualquer constrangimento que possa ter sentido com a manifestação parece ter esmaecido horas depois, quando Moro aparece posando alegremente ao lado do tucano João Doria Júnior em um evento privado organizado pelo Grupo Lide, da família do ex-prefeito de São Paulo, no luxuoso hotel Pierre.
Mesmo já tendo afirmado ter se arrependido da foto em que aparece com largo sorriso ao lado de Aécio Neves, o juiz, que é internacionalmente acusado de praticar lawfare e demonstrar posições parciais, não se furtou da chance de aparecer aos risos ao lado de mais um tucano.
Como parte do protocolo, Moro recebeu o prêmio das mãos do escolhido de 2017, o ex-prefeito de São Paulo João Doria Junior. O tucano não se furtou em prontamente defender o juiz da Lava Jato:
“Os brasileiros de bem presentes a esse jantar promovido pela Câmara certamente estão aqui porque gostam de você [Moro] e apreciam o seu trabalho, exatamente o oposto daqueles brasileiros, que estavam lá fora falando impropérios e querendo destruir a reputação de um juiz com a dignidade e a grandeza de Sergio Moro. São as mesmas pessoas que querem que o Brasil volte a um tempo do qual nós não temos nenhuma saudade”, afirmou.
A desfaçatez se mostrou clara em seu discurso, em que chegou a dizer: “Apesar de dois impeachments presidenciais e um ex-presidente preso, não houve e não há sinais de ruptura democrática” no Brasil, em referência às cassações dos ex-presidentes Fernando Collor e Dilma Rousseff e a prisão de Lula.
Outra imagem igualmente simbólica é a do juiz ao lado de Pedro Parente, presidente da Petrobras.No evento de Doria, além de Moro, também palestra o ministro Carlos Marun, que representa Michel Temer, já amplamente denunciado.