“Estou orgulhoso, e o povo brasileiro também deve estar, pelo belo trabalho que o Ministério da Defesa, o Itamaraty e a Força Aérea Brasileira estão fazendo de resgate dos nossos compatriotas que estão na zona do conflito. Vamos continuar trabalhando até trazer de volta para casa todos que estão naquela região e desejam retornar ao nosso país.”
Foi essa a promessa feita pelo presidente Lula em 11 de outubro, quatro dias após o início da guerra entre Israel e o Hamas. Passado quase um mês, seu governo mostra que segue firme no compromisso assumido, com a notícia de que o grupo de brasileiros que está em Gaza foi incluído na lista de pessoas que poderão deixar a região.
Como negociado pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, com seu colega israelense, Eli Cohen, o governo de Israel colocou os brasileiros entre os nomes que poderão usar a fronteira com o Egito para deixar a região (veja abaixo entrevista coletiva com Vieira).
Na manhã desta sexta-feira (10), o ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), informou pela rede social X que os brasileiros já aguardavam na fronteira com o Egito, onde o avião presidencial, cedido pelo presidente, foi posicionado para trazê-los de volta.
Pouco depois, a passagem de Rafah, que separa a Faixa de Gaza do Egito, voltou a ser fechada, o que deve atrasar um pouco mais a saída do grupo, disse à imprensa o embaixador do Brasil no Egito, Paulino Carvalho Neto. No momento da última atualização desta matéria, a partida do grupo para o Brasil era esperada para ocorrer no sábado (11).
A autorização para que os brasileiros deixem Gaza é resultado direto do empenho do governo Lula, que prontamente tomou todas as providências para retirar os cidadãos brasileiros da zona de conflito. Desde o início da guerra, 1.445 pessoas deixaram Israel e a Cisjordânia em nove voos da FAB, sendo que o primeiro ocorreu em 10 de outubro, apenas três dias após o começo do confronto.
O grupo que está em Gaza é formado por 24 brasileiros, sete palestinos com Registro Nacional Migratório (RNM) e três palestinos que são familiares próximos dos brasileiros. Do total, 18 são crianças, 10 são mulheres e seis são homens.
Veja as medidas adotadas pelo governo Lula para trazê-los ao Brasil:
1) o Itamaraty informou, ainda em 9 de outubro, às chancelarias egípcia e israelense e às autoridades responsáveis na Faixa de Gaza, os nomes das 34 pessoas a serem repatriadas;
2) o governo Lula tem mantido permanente contato com o grupo, ao qual deu toda assistência possível, inclusive alojamento em Rafah (cidade ao sul da Faixa de Gaza), itens de primeira necessidade e serviços de telemedicina;
3) tanto o presidente Lula quanto o ministro Mauro Vieira têm se comunicado com as autoridades desses países para destravar o processo;
4) o governo brasileiro providenciou, há semanas, toda a logística para trazer essas pessoas ao Brasil — ônibus para levá-los pelo terminal de Rafah, ao sul da Faixa de Gaza, e depois até o aeroporto de Cairo, no Egito, onde já se encontra o avião para transportá-los até Brasil.
Da Redação