Após pressão de organizações indígenas e da sociedade civil, o governo golpista de Michel Temer desistiu de nomear o general reformado Sebastião Sergio Roberto Peternelli Júnior para a presidência da Fundação Nacional do Índio (Funai).
O nome do general havia sido indicado pelo PSC (Partido Social Cristão) – o mesmo partido de Jair Bolsonaro (RJ) e de Marco Feliciano (SP) – e aprovado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
O general é um notório admirador do golpe militar de 1964, que provocou uma ditadura de 21 anos no Brasil. Em uma postagem em uma rede social em março do ano passado, Peternelli exaltou a ação dos militares.
“Cinquenta e dois anos que o Brasil foi livre do maldito comunismo. Viva nossos bravos militares! O Brasil nunca vai ser comunista”, escreveu o general.
De acordo com o jornal “Folha de S. Paulo”, ele havia aceitado a indicação e aguardava confirmação do governo. Desde o início do governo interino de Temer, a presidência da Funai está vaga.
Na campanha eleitoral de 2014, Peternelli fez campanha aberta nas redes sociais pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) e instou o candidato a falar de “infiltração cubana” no programa Mais Médicos.
“Peternelli foi indicado por André Moura e Romero Jucá. É um reacionário que pretende destruir as conquistas e avanços da política indigenista”, criticou o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), pelo Twitter.
Em protesto contra os retrocessos à política indígena, mesmo com o descarte ao nome do general, várias lideranças dos povos nativos e entidades sociais devem realizar ocupações às sedes da Funai por todo o Brasil para o dia 13 de julho.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do “El País“