Principal conselheiro econômico e indicado como eventual ministro da Fazenda pelo candidato à presidência pelo PSDB, Aécio Neves, Armínio Fraga não tem uma história amistosa com Minas Gerais. Em 1999, quando ainda presidente do Banco Central, Fraga desaconselhou investidores internacionais a investir no estado.
“Se você é um investidor minoritário, procure outro estado, e não Minas Gerais”, disse Fraga, em palestra no Conselho das Américas, em Nova Iorque.
O conselho foi dado como forma de crítica após o ex-presidente da República e então governador de Minas Gerais, Itamar Franco, ter rompido acordo que transferia controle da Companha Energética de Minas Gerais (Cemig) para a empresa norte-americana Southern Electric, que havia comprado 33% das ações da estatal.
O acordo, firmado em 1997 pelo ex-governador de Minas Eduardo Azeredo, foi contestado e anulado dois anos depois por Itamar Franco. Para ele, o comando da estatal deveria permanecer com o governo mineiro.
Após a declaração do presidente do Banco Central, Itamar ingressou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e também contra Armínio Fraga. O ex-governador mineiro pedia R$ 700 milhões de indenização ao governo do estado por danos morais.
Veja o processo.
Em nota divulgada à imprensa, o ex-governador classificou a atitude de Fraga de “desrespeitosa, impatriótica e lesiva aos interesses de Minas Gerais”. “O senhor Armínio Fraga ainda não se deu conta de que não pode pretender representar no Brasil os interesses financeiros que tantos lucros lhe renderam ao longo de sua vida de banqueiro no exterior”, afirmou Itamar Franco.
No entanto, apesar dos possíveis prejuízos que a declaração de Fraga pode ter acarretado a Minas Gerais, a ação do governo mineiro contra a União não foi adiante. Em 2003, Aécio Neves assumiu o comando do governo de Minas Gerais e, um ano depois, o processo foi extinto.
Por Mariana Zoccoli, da Agência PT de Notícia