A Comissão Executiva Nacional do PT encaminhou uma proposta do Partido Socialista Brasileiro de formação de uma federação partidária englobando o Partido Comunista do Brasil e outros partidos, em “consultas” com o Tribunal Superior Eleitoral. A proposta está sendo defendida na imprensa por parlamentares do PT.
O Comitê Nacional do DAP, reunido em 30 de novembro, adotou posição frontalmente contrária à entrada do PT nessa federação. A lei da federação, adotada em setembro, vincula os partidos componentes da nova “agremiação partidária” por um mínimo de 4 anos – desde os senadores e deputados federais, até os deputados estaduais e vereadores, inclusive. A penalidade para quem sair da “agremiação” é a perda do Fundo Partidário e do direito de coligação. Luis Roberto Barroso, o presidente lavajatista do TSE, quer regulamentar até março (prazo máximo para valer nesta eleição), a federação com estatuto, programa, direção e finanças.
O que vai ser do partido daqui a quatro anos?
O entusiasmo de membros da cúpula do PT com a proposta – é a “governabilidade de Lula presidente” ou, então, é a “frente de esquerda” – é totalmente irresponsável com a base do partido que não será consultada. A ameaça concreta desta federação é a de aprisionar o PT numa camisa-de-força.
Sim, o sistema político do país está podre. Sob Bolsonaro, após 5 anos de “estado de exceção”, as instituições estão em frangalhos. Somos a favor de uma profunda reforma política, mas com consulta ao povo. Da nossa parte, defendemos uma Assembleia Constituinte Soberana e um novo governo com Lula Presidente. Mas não concordamos que o TSE extrapole seu mandato e atropele o Congresso Nacional em “consultas” à cúpulas partidárias.
E, principalmente, somos contrários a que o PT embarque nessa aventura de federação com o PSB de Beto Albuquerque (RS), Marcio França (SP) e Júlio Delgado (MG), com ou sem o famigerado ex-governador Alckmin (SP), como aventa a imprensa. Alckmin, que alguns do PT querem como vice de Lula, candidato a ser um novo Temer!
“Lula saiu da cadeia anti-imperialista” (Fernando de Morais). Pois, justamente, somos a favor de uma frente com programa anti-imperialista com o PSOL, o PCdoB e os setores democráticos e populares do PSB, PDT e outros. Para reconstruir o que foi destruído e fazer as reformas que não foram feitas.
A discussão está aberta. Todos os filiados – diretórios, setoriais, parlamentares, quadros e dirigentes – devem se pronunciar antes que seja tarde. A CEN se reúne em 10 e o Diretório Nacional em 16 de dezembro.
Em defesa do PT!
Não à Federação com o PSB!
02 de dezembro de 2021,
Pelo Comitê Nacional do DAP, Luis Eduardo Greenhalgh, Misa Boito e Markus Sokol, membros do DN