O governo federal tem sido cúmplice de crimes ambientais que atingirão não só o Brasil, mas todo o planeta. A destruição em curso da Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, tem impactos devastadores sobre a vida no planeta.
Segundo dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) de janeiro a agosto de 2019, houve um aumento de 83% das queimadas no Brasil em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando neste ano 71.497 queimadas contra 39.759 focos do ano anterior. Alertas preliminares do instituto indicaram ainda que, de agosto de 2018 a julho deste ano, 6,8 mil quilômetros quadrados na Amazônia, que abrange nove estados brasileiros, estavam com sinais de desmate.
Para justificar a entrega de nossas riquezas naturais ao capital estrangeiro e aos que cometem crimes ambientais na Amazônia, o governo brasileiro tem censurado a divulgação de dados pelas instituições de pesquisa e desrespeitado toda a comunidade cientifica brasileira. Esta intenção ficou ainda mais clara com a intervenção política no INPE e a consequente exoneração do diretor do instituto, Ricardo Galvão.
O governo Bolsonaro vem, sistematicamente, abandonando a fiscalização e estimulando justamente fazendeiros e exploradores de madeira responsáveis pelo desmatamento na região. Ou seja, é uma política de destruição, que atenta contra a nossa soberania e a qualquer noção de sustentabilidade e preservação ambiental.
Os efeitos desta política são imediatos. Dias depois do “Dia do Fogo” na Amazônia, o dia virou noite na cidade de São Paulo. Em outras regiões do país, animais são carbonizados ou fogem em desespero e aldeias indígenas são atingidas pelas chamas. Esta perversidade passou a ser uma política de Estado, incentivada e patrocinada por um governo irresponsável com a vida e a soberania do nosso povo.
Ary Vanazzi é prefeito de São Leopoldo e presidente da Associação Brasileira de Municípios