A editora do site “Maria Frô”, Conceição Oliveira, foi alvo de ofensas, xingamentos e até ameaçada de morte por um adolescente que utiliza o perfil de “Thiago Igor” no Facebook. O motivo seria porque expressou sua opinião contra o golpismo ao aderir a campanha: “Democracia Sim, Golpe Não”. O caso ocorreu na última quinta-feira (3).
A deputada federal, Maria do Rosário (PT-RS) lamentou o episódio e disse que atos semelhantes estão “ganhado grandes proporções”. “É muito triste saber que o ódio e a intolerância têm ganhado grandes proporções na internet”, desabafa.
No comentário, o garoto deixa explicita a ameaça. “Nem que eu encha a sua cabeça e a de outros na bala”, postou o adolescente.
Maria Frô declarou ao jornal ter ficado surpresa “com uma mensagem agressiva de um perfil com a foto de um adolescente” e criticou a postura do gerenciador da página Facebook.
“Atribuo o responsabilidade também ao Facebook, rede na qual os racistas, homofóbicos, transfóbicos, sexistas, neonazistas podem agir livremente sob tutela dessa empresa. Vejamos: alguém ameaça de morte duas pessoas, tem uma página onde só expõem barbáries preconceituosas e que ferem os direitos humanos e essas práticas não são consideradas pelo Facebook algo que firam os padrões da comunidade”, declarou Frô.
A professora disse ter denunciado o caso ao Ministério Público Federal e a Polícia Federal.
Ataques de ódio e intolerância pela redes sociais têm pautado as discussões no Congresso Nacional. Até mesmo uma CPI de Crimes Cibernéticos foi criada para investigar casos abusivos na web. Serão tratados diversos temas, entre eles sobre falsos perfis usados com o intuito de promover crimes de injúria e difamação, entre outros como violação de direitos humanos e até crimes de pedofilia.
Em junho deste ano, a deputada Maria do Rosário (PT-RS) foi ameaçada de morte por um homem após ouvir as palavras “a sua hora de morrer vai chegar”. O episódio ocorreu em junho deste ano e foi fora das redes sociais. Rosário caminhava em um shopping de Porto Alegre com a mãe quando teve a sentença de morte anunciada.
Para a deputada, os ataques de ódio saíram do virtual e passaram a ocupar as ruas. “Nós estamos vivendo uma situação gravíssima. Me parece que há um rompimento dos padrões democráticos. Tenho observado que os ataques se transformaram em coisas cotidianas. Quando vivenciei a violência verbal fiquei espantada. Nunca tinha passado por aquilo. Não podemos nos acostumar e aceitar isso”, declara.
Rosário defende que a CPI possa “regular e enfrentar os crimes de calúnia e disseminação do ódio e intolerância”.
Assim como a responsável pelo “Maria Frô”, a petista também criticou os administradores de redes sociais que não tomam medidas mais rigorosas sobre os crimes de injúria.
“Há uma irresponsabilidade dos administradores. Faço um alerta para coibirem as ações dos caluniadores que na maioria das vezes estão disfarçados como representantes de sites de humor, quando na verdade são pessoas homofóbicas, racistas que se escondem em perfis para atacar”, alerta Rosário.
Por Michelle Chiappa, da Agência PT de Notícias