A presidenta Dilma Rousseff classificou, nesta segunda-feira (28), como “lamentável e inadmissível” o comunicado enviado pelo Banco Santander aos clientes de alta renda com especulações que apostam no caos econômico brasileiro caso ela seja reeleita.
A declaração foi feita durante sabatina conjunta do jornal “Folha de S.Paulo”, portal UOL, SBT e Rádio Jovem Pan, no Palácio da Alvorada, em Brasília.
“É inadmissível para qualquer país aceitar qualquer nível de interferência de qualquer instituição do sistema financeiro no processo eleitoral. Vou ter uma atitude clara e prudente (em relação ao Santander)”, declarou a presidenta.
Durante a entrevista, Dilma defendeu a política econômica mantida em seu primeiro mandato e garantiu que a inflação continua controlada, sem desemprego e com valorização do salário mínimo.
“O Brasil combateu a crise sem desempregar, arrochar salário e fazer com que a população pagasse o pato da crise. Nós minimizamos o impacto da crise”, explicou.
A presidenta voltou a criticar o pessimismo criado antes da realização da Copa do Mundo e condenou as especulações contra a economia brasileira.
“Há um jogo de pessimismo inadmissível no Brasil. O mesmo pessimismo que ocorreu com a Copa está havendo com a economia brasileira”, afirmou a presidenta.
“E com a economia é mais grave, porque a economia é feita de expectativa”, declarou.
Ela também comentou o suposto desgaste com Israel após declarações do porta-voz daquele país e afirmou que o cessar fogo na região é uma questão humanitária.
“Fomos o primeiro país do mundo a reconhecer o Estado de Israel e somos, ali na região, a favor dos dois Estados. A decisão da ONU de exigir um cessar fogo é muito bem-vinda. É uma questão humanitária”.
Petrobras – Sobre a compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras, Dilma declarou não se sentir desgastada. “Pasadena mostra que eu sempre tive uma conduta muito decente no exercício dos meus cargos públicos”, disse.
Ela ainda falou sobre o Tribunal de Contas da União (TCU) tê-la a isentado de responsabilidade no caso e afirmou que não possui nenhum tipo de relação com o relator do processo, ministro José Jorge.
“O relator do TCU não é ligado ao meu partido, nem fez parte da base aliada no passado. Não há como dizer que o ministro relator tem qualquer relação comigo”, explicou.
Corrupção – “Eu tenho uma vida política e pessoal e eu não tolero, não compactuo e não aceito corrupção de nenhuma espécie”, garantiu Dilma, ao ser questionada sobre casos de corrupção.
Ela ainda listou as ações que o governo federal executou, nos últimos 12 anos, para agir no combate à corrupção no Brasil. Como exemplos, Dilma citou a Controladoria-Geral da União, o aparelhamento da Polícia Federal, a criação do Portal da Transparência e a aprovação da Lei de Acesso à informação.
“Fomos o o único governo que teve pessoas condenadas em sua gestão.Não concordo que digam que enterramos ou engavetamos processos. Tivemos situações muito difíceis, mas enfrentamos com muita força”, destacou.
Mais Mudanças – A presidenta defendeu o aprimoramento de ações de governo como objetivo central de sua campanha à reeleição. “Não se faz mudança, porque errou. Você faz mudança porque você tem sempre que querer melhorar o que é feito”, explicou.
Ela exemplificou as melhorias em programas sociais, como a efetuada no Bolsa Família, ampliado durante sua gestão. “Nós já tínhamos uma experiência acumulada no Bolsa Família, resolvemos ampliá-lo e assim conseguimos tirar mais 22 milhões de pessoas da pobreza extrema”, explicou.
Por Mariana Zoccoli, da Agência PT de Notícias