Partido dos Trabalhadores

Ativistas, parlamentares e sociedade civil cobram proteção da Amazônia

Encontro do Fórum Nacional Amplo em Defesa da Amazônia reuniu deputados e organizações de proteção ao meio ambiente; Gleisi propõe ato no Dia da Amazônia

Lula Marques

Reunião com as frentes parlamentares pela Amazônia e defesa do Meio Ambiente, entidades ambientais (Greenpeace, WWF, etc), CNBB, UNE, OAB

A ameaça ao maior bioma brasileiro, a Amazônia, mobilizou entidades da sociedade civil, lideranças partidárias de oposição, parlamentares e ativistas ambientais que se reuniram nesta quarta-feira (28), no Fórum Nacional Amplo em Defesa da Amazônia. Frear e enfrentar o desmonte ambiental provocado pelo governo Bolsonaro, principalmente a partir do aumento do desmatamento e queimadas que se multiplicaram nos oito meses de governo, foi o objetivo do encontro, na Câmara dos Deputados.

No âmbito do Parlamento, entre as deliberações do encontro, estão a realização de uma comissão geral na Câmara para debater o tema, e uma sessão solene em homenagem ao Dia da Amazônia, comemorado no próximo dia 5 de setembro. As duas atividades estão previstas para acontecer no início de setembro.

A presidenta Nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-SP), e o deputado Airton Faleiro (PT-PA), que falou em nome da Bancada do PT na Câmara, propuseram um Ato Nacional em Defesa da Amazônia, a ser realizado em um dos estados da região Amazônica, e outro na cidade do Rio de Janeiro. Airton Faleiro defendeu que no dia 5 de setembro aconteçam ações em defesa do Amazônia em todos os estados.

“Precisamos fazer um grande ato nacional lá na Amazônia, no final de setembro. Também um ato-show nacional no Rio de Janeiro, porque isso dá visibilidade à causa. Além disso, seria importante que junto com a comissão geral, seja criada uma comissão externa para acompanhar a situação da Amazônia”, sugeriu Gleisi.

O deputado Airton Faleiro frisou que a crise ambiental – e que ocorre na Amazônia tem nome e sobrenome. “A crise chama-se governo Bolsonaro e suas políticas agressivas ao meio ambiente e aos ataques aos povos da Amazônia. Não queremos só discutir a questão ambiental, nós queremos casar a luta em defesa do meio ambiente, pela importância que essa luta tem casada com a defesa dos povos da Amazônia, que estão sendo ferozmente atacados”, explicou.

Cobrança

O coordenador da campanha de combate ao desmatamento do Greenpeace, Marcos Astrini, manifestou solidariedade às ONGs e aos povos indígenas atacados pelo presidente da República e cobrou ação concreta por parte do Executivo no combate ao desmatamento da Amazônia.

“Nós temos oito meses de governo e esse governo ainda não apresentou um plano de combate ao desmatamento da Amazônia. Onde é que está o plano do governo? Está no site do ministério? Está no bolso do presidente? Saiu no Diário Oficial? Ele deve explicação para a sociedade. O País não é dele, a Amazônia não é dele, a Amazônia é dos brasileiros, a gente quer saber o que é que está sendo feito para acabar com a devastação da floresta”, cobrou o coordenador do Greenpeace.

Combate ao desmatamento

Marcos Astrini sugeriu que o Fórum exija do governo federal um plano de combate ao desmatamento da Amazônia. Ao mesmo tempo, apresentou a proposta para que os presidentes da Câmara e do Senado não permitam avanço de propostas “que piore o que já está ruim”.

O coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado Nilto Tatto (PT-SP), foi na mesma linha do representante do Greenpeace. De acordo com o deputado, o Parlamento precisa entender o clamor da sociedade brasileira e da comunidade internacional sobre a crise ambiental, especificamente sobre as queimadas que assolam a Amazônia e que bateram recorde neste mês, em relação à média de incêndios no mesmo mês, dos últimos 21 anos.

“Precisamos dar resposta concreta de como nós, aqui no Parlamento, podemos contribuir para não deixar avançar projetos de leis que sejam retrocessos do ponto de vista ambiental, que afrontem a vontade do povo brasileiro e representem retrocessos dos direitos dos povos indígenas e quilombolas, extrativistas”, observou Tatto.

No entendimento de Nilto Tatto, o governo precisa “remontar aquilo que vinha dando certo, que vinha controlando desmatamento, queimadas, que apostava no caminho do desenvolvimento sustentável, e essa Casa não pode aceitar nenhum retrocesso”.

Manifesto

Também durante o ato, o Fórum Nacional Amplo em Defesa da Amazônia apresentou um manifesto norteador das ações que devem balizar a luta em defesa da Amazônia e dos povos tradicionais da região.

“Subscrevemos este manifesto e exigimos que o presidente da República demonstre que o Brasil é um país ciente de seus deveres ambientais coletivos, que estimula a produção agrícola séria e responsável, que é uma nação que tudo fará para assegurar tanto seu desenvolvimento e a melhoria contínua da vida de seus cidadãos como a necessária sustentabilidade ecológica desse desenvolvimento”, diz o texto.

Por PT na Câmara