A jornada de mobilizações contra o golpe e pela eleição direta para presidência do Brasil aumenta a cada dia. Neste domingo (11), milhares foram às ruas se manifestar e a avenida Paulista, em São Paulo, teve a maior adesão, com cerca de 60 mil pessoas.
Desde que o Senado sinalizou que votaria pelo impedimento da presidenta Dilma Rousseff, apesar da inexistência de crime de responsabilidade, cresce o número de manifestantes. Em São Paulo, onde os atos têm acontecido diariamente desde 29 de agosto.
São Paulo concentrou o maior ato do país, e contou com a presença do presidente nacional do PT, Rui Falcão. Estavam o prefeito Fernando Haddad (PT), a primeira-dama e coordenadora do São Paulo Carinhosa, Ana Estela Haddad, o ex-senador e candidato à vereador pelo PT Eduardo Suplicy, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), entre outras lideranças que se posicionaram contra o golpe.
“Nas últimas duas semanas, o povo e a juventude tem tomado as ruas de todo país pelo Fora Temer”, afirmou o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) Guilherme Boulos, presente na manifestação em São Paulo. “A polícia tentou reprimir achando que ia esvaziar as ruas, mas continuamos nas ruas e as mobilizações só cresceram. Por Fora, Temer, diretas já e nenhum direito a menos.”
Neste domingo a polícia chegou a causar tumulto quando prendeu dois militantes acusados de portar objetos usados para vandalismo, além de um fotógrafo. Apesar da confusão causada pela PM, o ato seguiu sem problemas, sob gritos de “não acabou, tem que acabar, eu quero o fim da polícia militar”.
O prefeito de São Paulo foi recebido aos gritos de “Haddad, de novo, com a força do povo”. Pediu que a população não vote em candidatos que mudaram de lado e apoiaram o golpe e relembrou a campanha pelas Diretas iniciada em 1983.
Haddad contou que, quando o Congresso Nacional rejeitou a Emenda Constitucional Dante de Oliveira, em 1984, que estabelecia eleições diretas, o povo foi para as ruas protestar e a Polícia Militar reprimiu a população. O secretário de Segurança Pública, na época, era o próprio Temer.
“O que está em jogo hoje no Brasil, em 2016, é que querem suprimir o direito de eleger um presidente, são as conquistas de 88 e 89 no Brasil”, afirmou Haddad.
Ao conversar com a militância, Eduardo Suplicy propôs que o governo usurpador pergunte, junto das eleições municipais de 2 de outubro, se a população quer convocar “eleições livres e diretas” para escolher o novo presidente ou presidenta do Brasil, pois Temer não tem legitimidade.
“Não há nada que preocupe mais o Temer que as manifestações de rua”, disse Lindbergh. “Estamos aqui para protestar contra um governo golpista que quer barrar a Lava Jato e retirar os direitos dos trabalhadores”, completou a senadora Vanessa.
“Não há nada que preocupe mais o Temer que as manifestações de rua”, Lindbergh Farias
“Eles têm esta agenda de retirar direitos. Só uma agenda pelo golpe pode ser implementada, porque democraticamente conseguiriam (…) Através da repressão, estão tentando desestimular as pessoas a vir”, afirmou Paulo Teixeira.
Rumo ao Ibirapuera
A concentração começou 14h na Paulista. Por volta das 17h30, seguiram pela avenida Brigadeiro Luís Antônio em direção ao Parque do Ibirapuera (vídeo abaixo).
https://www.facebook.com/midiaNINJA/videos/719118114913003/Chegando no Monumento às Bandeiras, Boulos afirmou que já havia dois advogados com os manifestantes que foram presos e repudiou a ação da PM. “Queremos dizer ao governador fascista e ao comando da PM que, se acreditam que vão nos intimidar com esse tipo de provocação, estão muito enganados. A luta vai continuar”, afirmou o líder do MTST.
Ao final do ato, os manifestantes foram questionados por Boulos se continuariam mobilizados e um novo ato foi marcada para o próximo domingo (18), às 14h, também na avenida paulista. O dia terminou com apresentações musicais de Tiê e Teatro Mágico, que apoiam a luta contra o golpe.
Da Redação da Agência PT de Notícias
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