As provas da inocência do ex-presidente Lula só aumentam a cada dia, assim como a vergonha dos procuradores da Lava Jato. Novo áudio com a voz de Deltan Dallagnol comprova o que, pela lógica, já era claro: a sentença dada pela juíza Gabriela Hardt, para condenar Lula no caso do sítio de Atibaia — aquela cheia de trechos produzidos na base do copia-cola da sentença dada por Sergio Moro —, foi resultado de uma relação completamente irregular entre a acusação e a juíza.
No áudio, fica claro que Dallagnol foi ao gabinete de Hardt pressioná-la para dar logo uma sentença contra Lula. E, pior, segundo conta o próprio procurador, diante da pressão, a juíza se comprometeu a dar a sentença rapidamente.
Dallagnol conta, que Gabriela Hardt admitiu que precisaria de muito tempo para analisar as alegações finais de Lula e que havia mais 500 casos para analisar. Mesmo assim, a juíza sentenciou Lula em 6 de fevereiro de 2019, cerca de um mês depois de Dallagnol narrar o entro com ela (o áudio é de 10 de janeiro daquele mesmo ano).
Gabriela Hardt também contou que sofria pressão para terminar logo o trabalho. “Tá todo mundo esperando que eu faça isso”, disse Hardt a Dallagnol, segundo ele próprio. O resultado todos conhecem: de tão inaceitável como peça jurídica, a sentença chegava a mencionar o tríplex em Atibaia (caso julgado imparcialmente por Moro) em vez do sítio.
Petição ao Supremo
Diante das novas provas de que a Operação Lava Jato fez tudo menos justiça apenas para condenar Lula, os advogados do ex-presidente entraram com uma petição no Supremo Tribunal Federal (STF) denunciando a ação orquestrada da Lava-Jato com Hardt e Moro para condenar Lula injustamente.
Na petição, os advogados explicam que a pressa para a condenação não era por acaso. Gabriela Hardt havia substituído provisoriamente Moro depois que ele se tornou ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro. Ela, portanto, não ficaria muito tempo no cargo, pois logo um novo juiz titular assumiria a vaga de Moro na 13ª. Vara Federal Criminal de Curitiba. O pavor de Detan e dos demais procuradores de Curitiba era que o processo acabasse analisado por um novo e imparcial juiz, o que prejudicaria a narrativa mentirosa da Lava-Jato contra Lula.
Assim, argumentam os advogados de Lula, não é possível tratar as condenações nos casos do triples e do sítio de forma separadas. Escrevem eles na petição: “A situação exposta, enfim, reforça que as duas condenações impostas pela ‘lava jato’ de Curitiba ao Reclamante precisam ser compreendidas dentro de um único cenário: o resultado dos dois processos estava pré-definido, não havia efetivamente um órgão julgador equidistante — à mesma distância do órgão acusador e da defesa do Reclamante. Ou seja, dois processos — do “triplex” e do “Sítio de Atibaia”, nos quais o Reclamante sofreu condenações injustas — integram uma só realidade e as circunstâncias já expostas – e aqui reforçadas – mostram que o Reclamante não teve direito a um julgamento justo, imparcial e independente.
Da Redação