As bancadas do PT no Senado Federal e na Câmara dos Deputados condenaram o comportamento das Polícias Militares de São Paulo e do Rio de Janeiro, que agiram com “dois pesos e duas medidas” durante as manifestações realizadas ontem nas duas capitais. Enquanto protegiam e tratavam com amabilidades os bolsonaristas, policiais reprimiam com bombas de efeito moral e spray de pimenta oposição que defendia a democracia na Avenida Paulista e em Copacabana. As agressões da PM iniciaram após provocação de bolsonaristas portando bandeiras dos Estados Unidos, símbolos do Pravy Sektor, grupo neonazista ucraniano, e armados de tacos de beisebol.
“O que nos choca é a reação da Polícia Militar de São Paulo contra o Brasil”, denunciou o líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (SE), no Twitter. Por sua vez, o senador Humberto Costa (PT-PE) cobrou investigação contra esses movimentos fascistas. “É importante é identificar quem organizou, quem dialoga com esses criminosos. Todos aqueles que não repudiarem os atos de fascismo são suspeitos. A omissão nesse caso é a traição da pátria. O Brasil não é fascista!”, afirmou. Advertindo que os democratas não recuarão, o senador Paulo Rocha reafirmou “o absoluto repúdio aos defensores do fascismo que tumultuam atos democráticos”.
O líder da bancada do PT na Câmara, deputado Enio Verri (PR), considerou “muito estranhas” as posturas da Polícias Militares. Para ele, a atitude das PMs devem ser investigadas. “Esse julgamento da PM, de quem pode e quem não pode se manifestar, deve ser levado às autoridades competentes”, defendeu. O líder da Minoria na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE) alertou que “os fascistas continuam agindo contra a ordem democrática”. A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), chamou a atenção para o absurdo da situação em que “democratas são reprimidos por pedirem democracia”.
Anúncio de GLO
No domingo, enquanto ocorriam as manifestações, o perfil de Twitter do Exército Brasileiro divulgou o treinamento de oficiais para operações de Garantia da Lei da Ordem (GLO). “Em Caçapava (SP), 6º Batalhão de Infantaria Leve prepara militares para operações de Garantia da Lei e da Ordem”, informava a postagem.
A postagem remetia para matéria publicada no site do Exército no dia 27 de maio, contendo a notícia da realização dos treinamentos no dias 21 e 22 de maio. Na segunda-feira (01), a postagem publicada no dia 31 de maio, e destacada por diversos sites, inclusive bolsonaristas, retornou à data de 29 de maio.