A autonomia do Banco Central (BC), proposta por candidatos adversários de Dilma Rousseff, faz bancários de todo o País organizarem atos no próximo dia 2 de outubro, em frente às 10 representações do BC nas capitais. Além de tirar dos poderes eleitos pelo povo o controle da política econômica, a independência do BC reduz o papel dos bancos públicos como, instrumentos de fomento de políticas públicas.
A Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) prevê mobilizações em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Salvador, Fortaleza, Curitiba, Porto Alegre e Belém. Filiada à CUT, a entidade espera contar também com a participação de movimentos populares.
“Foi com a contribuição decisiva dos bancos públicos que o Brasil passou incólume pela crise de 2008. Enquanto os bancos privados fecharam as torneiras e encareceram o crédito, as instituições públicas lideradas por BB, Caixa, BNDES, BNB e Banco da Amazônia ampliaram a oferta de crédito, mantendo o mercado de consumo aquecido e gerando empregos”, afirmou o presidente da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Carlos Cordeiro, em artigo publicado na sexta-feira (26).
Além de expor os problemas da proposta de independência do Banco Central, apresentada por Marina Silva (PSB), a Contraf irá alertar para os riscos de um choque fiscal a ser promovido por Aécio Neves, que já deu declarações que caso eleito, tomará “medidas impopulares”. E existe o indicativo de que o provável ministro da Fazenda de Aécio, o banqueiro Arminio Fraga, pretende combater a inflação com medidas para reduzir salários e aumentar o desemprego.
Greve – Os bancários de todo País, aprovaram nesta quinta-feira (25), indicativo de greve para a próxima terça-feira (30). Devido a expressiva participação dos trabalhadores nas assembleias, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), convidou os representantes dos bancários para uma nova negociação, neste sábado (27). Os banqueiros apresentaram uma proposta já rejeitada pelos bancários, de 7%.
Por Marcos Paulo Lima, da Agência PT de Notícias