A Procuradoria Geral do Banco Central quer punir o presidente da Câmara Eduardo Cunha com uma multa de R$ 1 milhão. O motivo é a omissão, por parte de Cunha, da existência de contas suas no exterior por oito anos.
Os cálculos do BC compreendem o pagamento de R$ 125 mil por cada ano não declarado. Como as provas mostram que Cunha manteve contas de 2007 a 2014, o valor total chegaria a R$ 1 milhão. As informações foram publicadas no jornal “Folha de S.Paulo”.
O pedido foi enviado semana passada ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, que analisa a cassação do parlamentar. No parecer, o BC constatava que ficava demonstrado a existência das contas não declaradas de Cunha na Suíça, já que o deputado era o beneficiário direto das entidades criadas para administrar as contas, as chamadas “trusts”.
Em março de 2015, Cunha mentiu aos outros parlamentares sobre a existência dessas contas na CPI da Petrobras. A omissão gerou um processo no Conselho de Ética para a cassação de seu mandato, mas o parlamentar tem conseguido manobrar as sessões, que já levam ao menos cinco meses.
Cunha ainda é alvo de duas denúncias pela Procuradoria-Geral da República, por corrupção, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e de um inquérito que apura o recebimento de propinas em uma das contas no exterior.
Na sexta-feira, os deputados Paulo Pimenta (PT), Ivan Valente (PSOL) e Jandira Feghali (PC do B) criticaram o papel de Cunha, alvo de processos no Supremo Tribunal Federal) e na própria Câmara, como condutor do processo do impeachment. “É surreal que o presidente Eduardo Cunha seja o comandante desse processo na Câmara, na medida da sua situação absolutamente chocante para a sociedade brasileira”, afirmou Feghali, na Comissão que analisa o impeachment da presidenta. Durante debate, parlamentares deixaram claro a inexistência de bases jurídicas para a destituição de Dilma.
Da Redação da Agência PT de Notícias