A criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) pelos cinco países que formam os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), não é vista como competição pelo Banco Mundial. “Para começar, é importante ressaltar que o financiamento do Banco Mundial é insignificante diante da dimensão do mercado mundial como um todo”, avalia relatório de avaliação de desempenho, ao qual a Agência PT teve acesso.
O próprio Banco Mundial reconhece suas limitações e sugere que há espaço para a entrada de novos agentes no ambiente internacional dos megafinanciamentos. “Estima-se que o total das exportações (mundiais) em 2009 seja de cerca de US$ 12,1 trilhões, enquanto a revisão prévia dos contratos do Banco Mundial foi de aproximadamente US$ 12 bilhões, ou menos de 0,1% do total (do comércio mundial)”, diz o documento.
A designação Banco Mundial inclui os dois principais instrumentos de financiamento da instituição: o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) e a Agência Internacional de Desenvolvimento (AID). No ano passado, o banco formalizou compromissos que totalizaram US$ 15,2 bilhões, contra US$ 20,6 bilhões em 2012. Já a AID assumiu compromissos de US$ 16,3 bilhões, em comparação com os US$ 14,8 bilhões de 2012.
“Se examinarmos somente as obras de construção, o Banco Mundial continua a ser um ator de pequeno porte, como sempre foi. Os 225 maiores empreiteiros multinacionais geraram um total de US$ 384 bilhões em receitas de seus negócios internacionais em 2009. Em comparação, o resultado da revisão dos contratos de obras do Banco Mundial foi de aproximadamente US$ 6 bilhões, menos de 1,5% daquele mercado”, diz o documento.
O conservadorismo fiscal é o princípio de avaliação de todo pedido de financiamento que circula no Banco Mundial, mas também funciona como fator inibidor, conforme avaliação de outro relatório do banco.
NBD – Com sede em Xangai e capital inicial de US$ 50 bilhões (de um total de US$ 100 bilhões previstos), o NBD foi aprovado na sexta cúpula dos Brics, realizada no início desta semana, em Fortaleza (Ceará).
Por Márcio Morais, da Agência PT de Notícias