O novo diretor do Banco Mundial para o Brasil, Martin Raiser, se declarou impressionado com a redução de 86% da pobreza multidimensional no País, entre 2004 e 2013. “É interessante ver como a vida dos brasileiros mudou em diferentes dimensões. É importante ver como o Brasil alcançou esse resultado”, destacou.
Reiser, que assume o cargo em agosto, foi apresentado à ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Tereza Campello, por Deborah Wetzel, atual diretora do Banco Mundial. Ela ressaltou o empenho do governo brasileiro e o fato de o país ter saído do Mapa da Fome.
Em uma década, o Brasil reduziu de 10,7% para 1,7% o número de pessoas desnutridas e superou o Objetivo do Milênio de reduzir pela metade a fome em seu território. Entre 2000 e 2002, havia 19 milhões de pessoas subnutridas no País. Atualmente, são 3,4 milhões, de acordo com o Relatório da Insegurança Alimentar no Mundo, divulgado em 2014 pelo Fundo das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
O documento informou também que, entre 2001 e 2012, a quantidade de pessoas em situação de pobreza caiu de 24,3% para 8,4%. No mesmo período, a pobreza extrema passou de 14% para 3,5%. A renda dos 20% mais pobres cresceu três vezes mais do que a dos 20% mais ricos.
WWP – Durante o encontro, a ministra destacou a importância da plataforma virtual World Without Poverty (Mundo sem Pobreza), mantida em parceria com o Banco Mundial. O site reúne iniciativas brasileiras de redução das desigualdades sociais. “Temos apenas dois anos na WWP, mas já avançamos muito. Esperamos que essas experiências possam servir de base para outros países, melhorando a cooperação.”
Programas como o Bolsa Família e o Plano Brasil Sem Miséria despertaram o interesse de diversos países. O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) recebeu 345 delegações de 92 países, entre 2011 e 2014. Ao todo, 95% eram de países em desenvolvimento.
O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) brasileiro foi replicado na Etiópia, Maláui, Moçambique, Níger e Senegal. Desde sua criação, o PAA África beneficiou cerca de 130 mil estudantes e 5,5 mil agricultores por meio da compra de alimentos produzidos por agricultores familiares para a merenda escolar.
O governo brasileiro é o principal contribuinte da iniciativa, que conta com a participação da FAO e do Programa Mundial de Alimentos, da Organização das Nações Unidas (ONU).
Por Cristina Sena, da Agência PT de Notícias, com informações do MDS