Partido dos Trabalhadores

BC insiste no corte dos juros a conta-gotas e prejudica economia

Comandado pelo bolsonarista Roberto Campos Neto, Copom promove corte de 0,50 ponto da Selic e mantém o Brasil com a maior taxa de juros real do mundo. “O país tem pressa”, protesta Gleisi

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Lentidão do Banco Central atrasa a recuperação da economia brasileira

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou, nesta quarta-feira (20), nova redução de 0,50 ponto percentual da taxa básica de juros (Selic), que passa a ser de 12,75% ao ano.

Com a decisão, o BC liderado pelo bolsonarista Roberto Campos Neto segue com sua lentidão nos cortes e mantém o Brasil sob a indecência da maior taxa de juros real (Selic menos inflação) do mundo, na casa dos 8%.

Para a presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), Campos Neto continua fazendo com que o Brasil perca um tempo valioso para sua recuperação econômica.

“O processo de redução da maior taxa de juros do planeta começou tarde e não pode ser feito a conta-gotas, como indica o comunicado do Copom desta quarta-feira. O Brasil perdeu tempo demais com uma politica monetária errada, imposta por um governo irresponsável e um BC sem compromisso com o país. O país tem pressa e precisa voltar urgentemente  à normalidade”, defendeu Gleisi nas redes sociais.

A Selic foi mantida em 13,75% por 12 meses até agosto, depois do processo de alta mais agressivo desde que o regime de metas para a inflação foi criado, em 1999.

Só meses após o presidente Lula denunciar os males de tal política para a economia e receber apoio tanto de economistas quanto de empresários e trabalhadores, Campos Neto resolveu agir, mas mesmo assim a conta-gotas, como bem definiu Gleisi Hoffmann.

No mês passado, o Copom cortou 0,50%, fazendo a Selic cair de 13,75% para 13,25% e antecipou que deveria promover novo corte neste mês. O que não foi explicado é por que demorar dois meses para cortar 1 ponto percentual se esse corte já estava previsto.

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No comunicado divulgado nesta quarta-feira após este segundo corte, o Copom segue com sua argumentação pouco convincente. “Observou-se maior resiliência da atividade econômica do que anteriormente esperado, mas o Copom segue antecipando um cenário de desaceleração da economia nos próximos trimestres”, afirma o documento, como se não fossem os juros altos um dos maiores responsáveis pela desaceleração da economia.

Logo adiante, o Copom afirma: “As medidas mais recentes de inflação subjacente apresentaram queda, mas ainda se situam acima da meta para a inflação”. Ora, ninguém defende que se ignore a meta de inflação, mas, com a inflação em queda, o que pode justificar a maior taxa real do mundo?

“Sabotador” 

Se o BC seguir com esse ritmo moroso de cortes, o Brasil chegará ao fim do ano com a Selic acima de 11%. Por isso, não há motivos para comemorar, ressaltou o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ).

“Não dá para comemorar, dava para ter baixado mais”, afirmou o parlamentar nas redes sociais após o anúncio do Copom (assista abaixo). “Sabe por quê? Porque estamos com a maior taxa real de juros do mundo. Eu continuo achando Roberto Campos Neto um sabotador, está agindo como um sabotador”, completou.

Da Redação