Nenhuma pergunta sobre o uso ainda não explicado do jatinho Cessna. Nenhuma referência às incoerências entre o discurso da nova política e as alianças travadas em prol de apoio político. Nenhuma interrupção. Nenhuma acusação. Esses foram alguns dos pontos que chamaram a atenção dos internautas que assistiam a sabatina que a candidata Marina Silva (PSB) participou na manhã desta quinta-feira (25) no jornal Bom Dia Brasil, da Rede Globo.
A entrevista em nada se assemelhou a realizada com a presidenta Dilma Rousseff, candidata do PT à reeleição. Na ocasião, os três jornalistas globais interromperam a entrevistada 82 vezes durante os 30 minutos de sua participação no jornal.
Logo na primeira pergunta, Marina Silva se atrapalhou ao tentar explicar sua proposta de revisão da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e, como de costume, recuou. “Nós vão queremos mexer na CLT, nós vamos fazer uma atualização”, respondeu.
Além disso, ela recorreu a dados incorretos para defender a terceirização irrestrita para formalizar a mão-de-obra. “Hoje, 20 milhões de brasileiros estão na informalidade”. Segundo dados do IBGE, de abril, há 7,4 milhões de trabalhadores na informalidade.
Marina voltou a criticar o papel dos bancos públicos e falou em restringir o modelo de financiamento Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que segundo ela, “dá dinheiro para meia dúzia de empresas”. Em clara defesa dos bancos privados, a candidata do PSB falou em dar espaço para o financiamento privado. “É preciso que a iniciativa. Enfim, o financiamento que não é público seja um financiamento complementar”, disse.
Ocorre que o banco tem entre suas linhas de financiamento diversos empréstimos para investimentos em infraestrutura, desenvolvimento social e urbano e inovação tecnológica e ambiental. Nesta semana, o banco aprovou o repasse de R$ 142,6 milhões para a Itautec.
O acordo prevê a destinação do recurso para pesquisa, desenvolvimento e inovação em produtos e processos, para aumentar a capacidade produtiva e a expansão da atividade internacional com a aquisição de empresa distribuidora de produtos de informática nos Estados Unidos.
Mudança de opinião – Marina afirmou na entrevista que nunca se posicionou contra os transgênicos, mas pediu cautela em sua aprovação quando estava no Senado. Ocorrer que em 2002, a então senadora defendeu a moratória ao cultivo dos alimentos geneticamente modificados e proibição de seu plantio por cinco anos. Na ocasião de seu discurso no parlamento, ela utilizou trechos da Bíblia para fundamentar sua posição crítica.
Por Flávia Umpierre, da Agência PT de Notícias