O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB-PR) e o ex-secretário de Segurança do Paraná Fernando Francischini foram notificados pela justiça na ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) por atos de improbidade administrativa.
A justiça vai analisar se houve irregularidades na ação policial durante a mobilização de professores, no Centro Cívico, em Curitiba, no dia 29 de abril. Mais de 200 pessoas ficaram feridas após confronto entre a Polícia Militar (PM) e professores que protestavam em frente à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).
O ex-comandante da PM César Vinicius Kogut, o ex-subcomandante Nerino Mariano de Brito, o tenente-corolnel Hudson Leôncio Teixeira e o coronel Arildo Luís Dias também foram notificados na ação civil pública.
Na época, a ação civil pública contra Richa foi movida pelo Ministério Público (MP), que reclamava os excessos da polícia e a omissão. Passado cinco meses, a juíza Patrícia de Almeida Gomes Bergonse, da 5ª Vara de Fazenda Pública de Curitiba recebeu a ação.
Ainda cabe apresentação de defesa aos notificados. Porém, se a justiça entender que houve irregularidades, não estão descartadas punições, como multa civil, indenização, suspensão dos direitos políticos e até a perda de cargo.
Para o deputado federal Toninho Wandescheer (PT-PR), “não há dúvidas que houve omissão no confronto entre os policiais e os professores”.
“Eu vi, presenciei aquele terrível episódio. Eu estava dentro da Assembleia Legislativa, tentando barrar a votação das mudanças no regime próprio da Previdência Social dos servidores. Acompanhei a ação truculenta. Sofri o efeito do gás de pimenta disparado pela polícia. Na ocasião, só o governador poderia ter evitado aquela violência, mas Richa nada fez e autorizou aquela guerra campal desnecessária”, avalia Wandescheer.
Lava Jato – Esta quarta-feira (30) trouxe, além da notícia de que Richa fora notificado na ação que apura o massacre, a informação de que o tucano foi citado em emails apreendidos durante buscas realizadas pela Operação Lava Jato na Odebrecht, em São Paulo, em junho.
Empresas investigadas pela operação Lava Jato doaram dinheiro para a campanha eleitoral do tucano em 2010. Na prestação de contas no Superior Tribunal Eleitoral (TSE), consta que o tucano recebeu de duas empresas R$ 580 mil.
Operação Publicano – Além da Lava Jato, o nome de Richa também está envolvido em outro esquema de corrupção. O Ministério Público investiga a ligação entre fraudes na Receita do Estado do Paraná , dentro da Operação Públicano, e a campanha à reeleição de Beto Richa para governador em 2014.
De acordo com a delação premiada do auditor fiscal, Luiz Antônio de Souza, que é suspeito de integrar o esquema que atuava no fisco paranaense, foram arrecadados até R$ 2 milhões para a reeleição do tucano em 2014, via caixa 2.
O petista Wandescheer avalia que “a imagem de Richa está desgastada”.
“Existe uma blidagem muito grande da grande mídia sobre os atos suspeitos do tucano, mesmo assim, a imagem de Richa está desgastada. Os indícios que existem contra ele, são grandes. É preciso noticiar os escândalos para que todos possam saber quem é Beto Richa”, disse Wandescheer.
Por Michelle Chiappa, da Agência PT de Notícias