A presidenta Dilma Rousseff participou, na manhã desta quinta-feira (25), de cerimônia para a assinatura do contrato entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) para financiamento da obra de interligação entre as represas do Jaguari e Atibainha, em São Paulo.
O BNDES financiará R$ 747,4 milhões dos R$ 830 milhões previstos para a interligação. De acordo com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), a obra vai integrar a bacia do Rio Paraíba à bacia do Sistema Cantareira, e terá 20 quilômetros de extensão.
“Este é um momento especial, porque é uma obra de fôlego, que apresenta uma solução estruturante”, avaliou a presidenta. A obra vai garantir segurança hídrica na região metropolitana da capital paulista.
A previsão do governo estadual é que a capacidade das duas reservas passe de 1 bilhão de metros cúbicos por segundo para 2,1 bilhões. O projeto está na última fase de licitação e com leilão eletrônico marcado para dia 29 deste mês.
Dilma lembrou que o governo federal procurou o governador para definir parcerias logo no início da crise hídrica. “Estamos abertos e sabendo das necessidades do estado e da cidade de São Paulo. Temos sido parceiros dentro das nossas possibilidades e continuaremos a sê-lo”, ressaltou.
Em 2014, o governo federal assinou contrato de Parceria Público-Privada para a liberação de R$ 2,6 bilhões, em 80 quilômetros do Sistema Produtor São Lourenço. O novo sistema deve ser entregue em 2017 e beneficiará 1,5 milhão de paulistanos da região metropolitana da capital.
Crise hídrica – O governador defendeu que, em 2014, o Estado passou pela maior crise hídrica de sua história. Em discurso, a presidenta ressaltou que a crise também se abateu por outros estados do Sudeste e no Nordeste.
No entanto, em São Paulo, o sistema de abastecimento entrou em colapso. No ano passado, a Agência Nacional de Águas (ANA) denunciou que a Sabesp ultrapassou o limite de captação de volume morto estabelecido pela Justiça.
Especialistas creditam a situação crítica à falta de investimentos e por ignorar as recomendações de órgãos gestores. Em outubro, a imprensa divulgou uma gravação em que o então diretor metropolitano da Estatal, Paulo Massato, aconselhava funcionários da Sabesp a saírem de São Paulo porque “não vai ter água para banho, para limpeza de casa”.
Por Cristina Sena, da Agência PT de Notícias