O preço do feijão foi utilizado para um boato falso com o intuito de atingir a presidenta eleita Dilma Rousseff (PT). Segundo os boatos, o preço do produto teria disparado devido a uma doação de feijão para Cuba que Dilma teria feito.
Na realidade, o boato mistura duas informações verdadeiras, mas que não tem qualquer relação entre si.
De fato, o preço do feijão subiu nos últimos meses, por conta de uma quebra de safra. Alterações climáticas na região Sul do país afetaram plantações no Paraná e no Rio Grande do Sul. Com isso, a produção ficou prejudicada, derrubando a oferta do produto. Com menos oferta, o preço sobe.
A outra informação é de que, no ano passado, o Brasil doou 645 toneladas de feijão para o Programa de Doação Humanitária de Alimentos do Brasil à República de Cuba. Mas essa doação não tem nenhuma ligação com o aumento do preço do alimento.
Para se ter uma ideia, a doação para Cuba foi de 645 toneladas de feijão. Os estoques totais de grão no Brasil são de 108 mil toneladas. Uma doação de 645, perto de 108 mil toneladas, não poderia causar uma diferença substancial de preços.
Leia a nota da Companhia Nacional da Abastecimento (Conab) sobre a doação. Aqui, a matéria do Globo Rural, explicando as verdadeiras causas do aumento do preço do feijão. E aqui, um outro relatório da Conab explicando sobre a quebra de safra do produto.
Da Redação da Agência PT de Notícias