O número bolsas de pós-graduação cresceu 187% nos governos do PT, segundo a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). E o número de bolsas de pesquisa oferecidas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) também teve um salto de 166%.
Somente para cursos de mestrado, as bolsas concedidas pela CAPES passaram de 13 mil, em 2002, para mais de 43 mil, em 2012. Ocorre que em todo o governo Fernando Henrique Cardoso houve um aumento de apenas mil bolsas de mestrado, enquanto nos governos Lula e Dilma, o salto foi de 30 mil bolsas a mais.
Para os cursos de doutorado, a oferta passou de pouco mais de 10 mil bolsas, no final do governo FHC, para mais de 27 mil, em 2012. Em 2012, foram oferecidas mais de 127 mil bolsas de pós-graduação pela CAPES, em todas as modalidades.
No mesmo período, o CNPq aumentou o número de bolsas de pesquisadores de 63 mil para 81 mil.
Desde fevereiro deste ano, o biólogo Rogério Lima está em Portugal cursando doutorado em Saúde Coletiva e Sociologia da Saúde, na Universidade de Coimbra. O estudante conquistou uma bolsa da CAPES para pós-graduação no exterior e tem garantido uma ajuda de custo no valor de 1,7 mil euros até julho de 2017, prazo em que deverá concluir o curso.
O caminho percorrido por ele para cruzar os trópicos não foi fácil e dependeu exclusivamente do esforço pessoal do estudante em garantir um excelente desempenho acadêmico. “Há candidatos muito bons e o trâmite é bem rigoroso. Somente na minha terceira tentativa que consegui ser contemplado”, conta.
Para Rogério o esforço valeu a pena, já que essa é uma “oportunidade única”. Bastante satisfeito com o curso, ele diz que não teria nenhuma condição de realizar este sonho não fosse a ajuda do governo. “Além do contato direto com os autores que baseio meu estudo, poder vê-los trabalhar no dia a dia e compartilhar de sua cultura científica é sensacional”, explica.
“É um programa totalmente alinhado com a proposta de Brasil que se iniciou em 2003”, completou.
A oferta de cursos de pós-graduação gratuitos, em universidades públicas federais foi acompanhada do incentivo do governo para a concessão de bolsas de pesquisa, no Brasil e no exterior. Atualmente, 84% dos mais de 200 mil alunos de mestrado e doutorado estão matriculados em instituições públicas de ensino.
Isabelle Ribeiro é doutoranda em Saúde Coletiva na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e conquistou uma bolsa da CAPES para fazer parte do curso na Universidade de Zaragoza, na Espanha. A farmacêutica conta que, para ser contemplada, foi preciso atender a requisitos mínimos do processo seletivo, como a proficiência mínima na língua espanhola. “É um processo acessível e possível para muitos estudantes”, classifica.
Com a bolsa de estudos de Isabelle, o programa de Pós-Graduação da UFRN ganhou uma segunda bolsa, para beneficiar um outro um aluno. “Eu ganhei e meu programa de Pós-Graduação também ganhou”, explica.
A aluna se diz bastante satisfeita com a possibilidade de estudar no exterior e diz que conseguiu “um salto de qualidade” para sua tese. “Pude avançar em muitas análises que eram requeridas. E sem a bolsa de estudos, certamente não estaria tendo essa experiência e oportunidade”, confidencia a bolsista.
A bolsa de estudo de Isabelle é no valor de 1,3 mil euros mensais, mais 90 euros mensais para gastos com saúde. Além disso, ela recebeu também uma ajuda de 1,3 mil euros, em uma única parcela, para ajudar na instalação no país e custos com passagens aéreas.
Reajuste – Foram feitos cinco reajustes no valor das bolsas de estudos de pós-graduação nos últimos anos, enquanto nos oito anos do governo FHC não houve nenhum aumento.
As bolsas de mestrado no Brasil passaram de R$ 724,52 em 2002, para R$ 1,5 mil em 2014. No mesmo período, as de doutorado passaram de pouco mais de R$ 1 mil para R$ 2,2 mil.
Apoio de pós-graduandos – A campanha da presidenta Dilma Rousseff (PT) recebeu o apoio da Associação Nacional de Pós-graduandos no último dia 15 de outubro. A entidade defendeu seu posicionamento a favor da petista por reconhecer que houve considerável expansão do acesso à educação e crescimento das vagas no ensino técnico e nas universidades, tanto na graduação como na pós-graduação.
“Esta é a primeira eleição brasileira em que o número de eleitores com ensino superior é maior do que o número de eleitores analfabetos. É importante destacar que há uma mudança no papel do Estado, agora assumindo uma posição de indutor do desenvolvimento”, diz a carta de apoio.
A associação refutou ainda a “volta ao passado” que entendem ser a possível eleição de Aécio Neves (PSDB). “No governo FHC, além de não expandir, as universidades públicas foram submetidas a um processo de sucateamento”, lembra o texto.
Por Flávia Umpierre, da Agência PT de Notícias.