Para Jair Bolsonaro (PSL), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) está errado quando afirma que o desemprego atingiu 13,4 milhões de brasileiros no primeiro trimestre de seu governo. Segundo ele, “tem muito mais que isso”. E pior: a culpa seria dos trabalhadores, não da sua incapacidade em fazer o Brasil voltar a crescer e gerar renda. “Essa população não tem como ter emprego porque o mundo evoluiu”, disse em Dallas, nos Estados Unidos nesta quinta-feira (16).
Bolsonaro disse ainda que, nesse cenário de crise no mercado de trabalho, só cabe ao governo ter “pena”, pois “não pode obrigar ninguém a empregar ninguém”, se eximindo da responsabilidade de criar políticas que fomentem a economia e geração de empregos.
Ele alega que o problema seria a falta de preparo dos trabalhadores, mas, ao mesmo tempo, anuncia cortes em todos os setores da educação. Do ensino básico ao superior e pós-graduação, todas as etapas foram afetadas pelo desgoverno do Ministério da Educação de Bolsonaro. O que a longo prazo gera ainda mais desemprego.
Além da questão orçamentária, demonstra total falta de respeito com as instituições de ensino ao afirmar que “a garotada aí tá se formando, bota um papel [diploma] na parede” que “não serve para nada”.
A juventude que ele insulta é um dos setores mais prejudicados pela alta no desemprego que marca o seu governo. A população de 18 a 24 anos representa 31,8% daqueles que não conseguem encontrar uma oportunidade. A alta no desemprego para essa faixa etária foi de 27,3% no primeiro trimestre de 2019.
À Folha de S. Paulo, o coordenador de Trabalho e Rendimentos do IBGE, Cimar Azeredo, alerta que o quadro está levando recém-formados a entrar na informalidade antes mesmo de conseguir o primeiro emprego.
IBGE alerta para alta no desemprego em todo país
Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística já mostram que o desemprego cresceu em 14 das 27 unidades federativas do Brasil no primeiro trimestre do ano. No mesmo período, o número de brasileiros em idade para trabalhar, mas sem conseguir uma vaga chegou a 13,4 milhões. Mas Bolsonaro admite que o número é ainda maior: “se fala em milhões de desempregados? Tem, até mais do que isso. O IBGE tá errado, tem muito mais do que isso”.
A taxa de desemprego já atinge 12,7% dos brasileiros, mas em alguns lugares o cenário é ainda mais grave. O Nordeste, por exemplo, teve a maior alta com índice de 15,3%. A região nunca recebeu a visita de Bolsonaro, que passa mais tempo em agendas internacionais infrutíferas, como a viagem a Dallas, do que resolvendo os problemas do povo brasileiro.
Ainda de acordo coma entrevista de Cimar Azeredo à Folha de S. Paulo, o “é uma crise generalizada” no mercado de trabalho e não há sinais de melhora.
O estados que registraram alta são: Acre, Goiás, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Mato Grosso, Distrito Federal, Tocantins, Espírito Santo, Minas Gerais, Pará, Ceará, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. E estão distribuídos entre todas as regiões brasileiras. Os maiores aumentos percentuais foram no Acre (4,9%), Goiás e Mato Grosso do Sul, ambos com alta de 2,5%. Nos outros estados
Da Redação da Agência PT de Notícias com informações de O Globo e Folha de S. Paulo