A fórmula administrada no país por Jair Bolsonaro e o ministro da Economia Paulo Guedes de inflação desenfreada, queda na renda e desemprego afundaram o país em um tsunami de miséria e fome. O quadro generalizado de penúria social e econômica vem tirando o sono dos brasileiros, de acordo com um levantamento do instituto francês Ipsos. A pesquisa mensal revela que a pobreza e a desigualdade são os temas que mais assombram a população, com 41%.
Saúde e inflação aparecem em seguida, com 34% e 33%, respectivamente. Em quarto lugar, empatados com 32%, aparecem desemprego e corrupção. Depois, criminalidade e violência, que afligem 29% da população.
Chama atenção ainda no levantamento o desastre causado pela política econômica Paulo Guedes, percebido por 79% dos entrevistados, para quem o cenário econômico é péssimo.
70% consideram que o Brasil está no rumo errado, um sinal de que o pessimismo tomou conta da população, às voltas com altas taxas de desocupação. O índice é maior do que a média mundial detectada pelo instituto, que ouviu cerca de 19 mil pessoas em 27 países: Argentina, Austrália, Bélgica, Canadá, Chile, Colômbia, França, Reino Unido, Alemanha, Hungria, Índia, Israel, Itália, Japão, Malásia, México, Holanda, Peru, Polônia, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Coreia do Sul, Espanha, Suécia, Turquia e Estados Unidos.
Desalento
De acordo com uma das diretoras do instituto, Sandra Pessini, o desalento continua muito alto, apesar de uma pequena queda, em relação ao levantamento de outubro de 2021, que se explica por uma sensação de que o pior da pandemia já passou.
“O Brasil está entre os países que mais sofreram com depressão e ansiedade durante a pandemia. É um povo gregário, a saída do isolamento pode ter tido um impacto nisso”, declarou Pessini, de acordo com o jornal Valor.
Entre os 27 países, o Brasil aparece em décimo primeiro como o mais preocupado com a inflação, que também aflige a maioria dos países, especialmente após o início do conflito na Ucrânia. A guerra entre Rússia e Ucrânia, dois grandes exportadores de diversos bens e produtos, afetou a distribuição das cadeias produtivas globais. No caso brasileiro, a persistência da pressão inflacionária, que se dissemina sobre todo setor de bens e serviços explica o temor de que mais altas, especialmente nos preços dos combustíveis e dos alimentos, voltem a derrubar o poder de compra das famílias.
Da Redação, com Valor